Quando se fala em hemorroidas, o preconceito vem à tona e muitas pessoas que possuem a doença não procuram tratamento médico. Não existem dados precisos sobre a incidência no Brasil, mas, segundo especialistas, as estimativas apontam que 5% a 12% da população sofrem com a doença. Nos Estados Unidos, 50% dos americanos acima de 50 anos são portadores de hemorroidas. No entanto, apenas 5% destes procuram auxílio médico. Outros dados mostram que 50% da população têm ou vai ter sintomas relacionados à doença em algum momento da vida. A faixa etária com maior incidência do problema é de 45 a 65 anos. A doença hemorroidária, conhecida popularmente como hemorroidas, consiste na dilatação dos vasos sanguíneos presentes na região do ânus, em sua parte interna, de maneira semelhante às varizes das pernas, podendo causar desconforto, como sensação de volume no ânus, dor, sangramento e, nos casos mais avançados, a saída das hemorroidas pelo ânus após a evacuação, tecnicamente denominado prolapso hemorroidário. O tratamento das hemorroidas pode ser clínico ou cirúrgico. “Nos casos iniciais, em que os vasos sanguíneos dilatados não são tão volumosos, o tratamento clínico permite um controle adequado da doença, promovendo a redução do desconforto e a melhora da dor e do sangramento, além de evitar a progressão da doença”, alerta o cirurgião do aparelho digestivo Alexandre Sakano. Procedimentos cirúrgicos ambulatoriais, feitos em consultório e sem necessidade de internação ou anestesia, podem ser aplicados nas hemorroidas em suas fases iniciais. Os mais comuns são o congelamento, no qual se aplica gás carbônico nas hemorroidas, o que promove um congelamento dos tecidos e necrose da hemorroida, e a ligadura elástica, em que se aplica um elástico na base da hemorroida, cortando sua circulação e consequente necrose. “Porém, nos casos avançados, a cirurgia é a única opção realmente eficaz para a solução do problema”, esclarece o especialista Alexandre Sakano. A cirurgia tradicional, muito temida, exige a realização de cortes na pele próxima do ânus para a retirada dos vasos sanguíneos doentes, causando dor intensa no pós-operatório e recuperação bastante lenta e desconfortável, até a cicatrização das feridas operatórias.