Quando o assunto envolve acidentes domésticos, a primeira preocupação é em relação às crianças. Entretanto, idosos também ...
Quando o assunto envolve acidentes domésticos, a primeira preocupação é em relação às crianças. Entretanto, idosos também correm sérios riscos dentro de casa. E quanto mais avançada for a idade, maior pode ser a queda. O mais importante é avaliar que acidentes aparentemente simples em outras faixas etárias podem se tornar muito graves neste período da vida.
O envelhecimento é um processo que acontece com todos nós ao longo da vida e é causado por alterações naturais, que resultam em perdas funcionais progressivas do corpo. Diminuição da visão, dos reflexos da memória e da coordenação tornam-se fatores para quedas. E o mais alarmante é que cerca de 75% dos acidentes com idosos ocorrem dentro de casa, podendo promover danos físicos irrecuperáveis e até a morte. Para a arquiteta Vanessa Kimye Fujimoto, a simples adequação do lar pode evitar futuros problemas.
Segundo a especialista, os locais de maior incidência são quintais, com desníveis no solo, degraus e banheiro, por ser área escorregadia. Atravessar ruas e subir em ônibus ou se locomover dentro deles também envolvem riscos. “Tais acidentes ocorrem quando a residência não é planejada e adaptada para o morador com envelhecimento ou portador de qualquer outra dificuldade física ou mental”.
Para a moradia ideal é preciso atenção à distribuição do mobiliário, com quinas arredondadas, a necessidade de barras de apoio principalmente na área do banho e poucos móveis para facilitar a circulação nos ambientes. “Enfim, são questões que devem ser observadas, pois a má distribuição pode gerar acidentes não somente com idosos, mas com pessoas de qualquer idade”, frisa Vanessa.
A especialista destaca que medidas como altura de pias, sanitários, maçanetas, tomadas e interruptores também são importantes. “O primeiro passo é saber as necessidades e limitações presentes, se o morador utiliza cadeira de rodas ou andador ou se tem alguma dificuldade sensorial, devem ficar ao alcance e na altura do morador”, revela a arquiteta.
Outra questão é a configuração do piso, presença de tapetes ou escadas.
A especialista esclarece que os pisos devem ser antiderrapantes principalmente em áreas molhadas, como banheiros e área de serviço.
“O ideal é evitar tapetes, a não ser que sejam antiderrapantes ou colocados fora das áreas de circulação. As escadas devem seguir as alturas padrões, sempre com corrimão e assinaladas com faixas em cores fortes para melhor percepção”, afirma
Vanessa Fujimoto.
Orientações importantes
• a cama não deve ser muito alta, entre 50 e 55 centímetros, para que a pessoa possa firmar bem os pés antes de se levantar;
• interruptores precisam ficar ao alcance da pessoa na cama ou na entrada de cômodos, para que ela não tenha de se movimentar no escuro;
• barras de apoio no banheiro tanto no vaso como dentro do boxe são fundamentais para evitar queda;
• até mesmo as maçanetas podem ser adaptadas para facilitar o manuseio, e as portas não devem ficar trancadas;
• busque iluminar bem todos os ambientes da casa;
• adapte cadeiras e sofás, todos devem ter encosto e braços laterais de apoio largos.