Perceber quando a criança aspirou um objeto que está obstruindo a respiração é relativamente fácil. A enfermeira Cíntia Dutra, especialista em primeiros socorros, destaca que o primeiro sinal é a dificuldade para respirar. “No caso do bebê, os primeiros sinais são a ausência de choro e a mudança na coloração da pele, que geralmente fica azulada ou arroxeada, algo que pode ser percebido poucos segundos após o início da asfixia”.
As principais ocorrências são com leite, suco ou água. “Se a criança acabou de amamentar, nunca a deite imediatamente, porque ao tomar o leite a criança engole ar, que tende a voltar e, ao sair, volta também um pouco de leite. Se a criança estiver deitada, o leite é aspirado, indo para o pulmão”, explica. Após a amamentação, a orientação é esperar o arroto e depois manter o colchão no berço com 30 a 45 graus de inclinação e o bebê deitado para o lado direito. Para dormir, o ideal é colocar a criança sempre de barriga para cima, o que evita 70% dos casos de morte súbita em bebês.
Em relação às crianças maiores, adultos devem ficar atentos à dificuldade para falar e ao ato de levar a mão ao pescoço, sinal clássico de asfixia, demonstrando que não conseguem respirar. “Outro fator é uma respiração ruidosa, com certo estridor, que é aquele chiado quando a criança tenta puxar o ar.
E, na pior das hipóteses, a perda de consciência. Em situações que não há nenhuma outra causa possível, como alguma doença ou complicações cardíacas, um sinal importante de obstrução das vias aéreas é quando a pessoa chega ao local e a criança já está desmaiada”, afirma a especialista.
Cíntia Dutra alerta que, quando isso acontecer, é fundamental esperar a chegada do socorro e nunca colocar a criança dentro do carro para levá-la ao hospital. Esse procedimento pode levar a complicações, ao invés de ajudar. (TM)