Pesquisas atuais também demonstram que as mulheres tendem a receber menos cuidados dentários do que o habitual quando estão grávidas. Em 2012, foi emitida a primeira declaração de Consenso Nacional em Saúde Bucal durante a gravidez. O documento enfatiza a importância e a segurança dos cuidados dentários de rotina para mulheres grávidas.
“A doença periodontal e sua associação com desfechos desfavoráveis em gestações, como parto prematuro, óbitos neonatais e, ainda, o baixo peso ao nascer, estão relacionados à disseminação em recém-nascidos de micro-organismos bacterianos ligados aos estreptococos do grupo B. Já existe vasta literatura científica que alerta para a instituição de maiores cuidados dentários em mulheres grávidas a fim de evitar essas ocorrências”, esclarece o cirurgião-dentista Marcelo Sivieri de Araújo.
Enquanto é aceito que o diabetes é um importante fator de risco para o desenvolvimento e a progressão da doença periodontal, são crescentes as evidências de que a obesidade é um fator de risco indireto para a periodontite. “Em pesquisas realizadas nos últimos anos, foram encontrados pacientes obesos com alterações relacionadas ao controle glicêmico, em que este se torna um fator de risco direto, devido à secreção de agentes pró-inflamatórios ou citocinas sobre o tecido adiposo ou gorduroso, modificando a reação periodontal contra a placa bacteriana ou biofilme. Com esses achados científicos, os dentistas devem estar aptos a reconhecer e interligar tais fatores de risco”, destaca o especialista.
Sivieri afirma que hoje é imprescindível a inclusão de uma avaliação do controle glicêmico e da adiposidade, possivelmente pela relação cintura-quadril, quando é diagnosticado um quadro bucal de periodontite. “Nesse sentido, deve haver uma colaboração positiva com outras especialidades médicas, a fim de fornecer tratamento para ajudar a reduzir o desenvolvimento do diabetes e da obesidade”, ressalta o dentista.