Segundo o oftalmologista Rodrigo Resende, é por meio de um dos sentidos mais importantes, a visão, que ocorre 85% do contato das pessoas com o mundo.
A visão é um dos sentidos mais importantes da vida. Tanto que, segundo o oftalmologista Rodrigo Resende Sabino de Castro, é por meio dela que ocorre 85% do contato das pessoas com o mundo. Mas uma série de fatores prejudica essa relação, principalmente na infância, período de aprendizado e desenvolvimento intelectual e social. Atualmente, dados indicam que os problemas de visão atingem 20% das crianças em idade escolar e fazem com que elas sofram com dificuldades nas salas de aula, além de interação. Conforme destaca o especialista, que faz parte do Conselho Brasileiro de Oftalmologia, cem em cada mil crianças matriculadas no primário possuem erro refracional, como miopia, astigmatismo ou hipermetropia. Mas, de acordo com o médico, 95% dos problemas oftalmológicos e as suas consequências poderiam ser evitados ou minorados com a promoção de saúde e acompanhamento médico. “A detecção e correção de baixa visão no início da vida escolar tem repercussão importante na aprendizagem e na futura formação do indivíduo”, afirma. Castro alerta que, quando a família conhece como ocorre o desenvolvimento da visão, consegue analisar se a criança sofre com problemas oftalmológicos. “Se as doenças não forem detectadas na infância, elas podem levar a problemas de visão permanentes na fase adulta”, destaca o oftalmo. Ele conta que, assim como a criança aprende a falar e a andar, aprende a ver. “O recém-nascido só percebe luz, pois a mácula, área mais nobre do fundo do olho, não está totalmente desenvolvida e o cérebro não sabe interpretar os estímulos visuais que recebe”, justifica. É só aos 3 meses que o bebê consegue seguir um objeto com o olhar e apenas aos 9 meses começa a ter noções de distância e formas. “Com 1 ano de idade, a criança já reconhece objetos e parentes próximos a elas”, informa. De acordo com o especialista, é só aos 5 anos que a criança atinge a visão igual a do adulto, podendo melhorar até os 8 anos de idade. Assim, a família deve voltar sua atenção nessas fases do desenvolvimento da visão e promover o acompanhamento oftalmológico. “Alguns sinais também podem ser percebidos no dia-a-dia em crianças com problemas visuais. São eles o estrabismo, lacrimejamento, fechar os olhos à claridade, franzimento de olhos e testa, piscar excessivo, tontura e dor de cabeça aos esforços visuais”, orienta.