A humanidade conhece a psoríase antes mesmo da era cristã, porém, a doença ainda é um dos grandes mistérios do corpo humano
A humanidade conhece a psoríase antes mesmo da era cristã, porém, a doença ainda é um dos grandes mistérios do corpo humano, porque não tem uma causa definida. Em 2006, por meio da Lei 11.373, foi criado o Dia Nacional de Combate à Psoríase – 29 de outubro. Para marcar a data, entidades que têm interface com a doença apostam na informação como principal arma para seu diagnóstico e tratamento.
A psoríase é uma doença de pele auto-imune, crônica, não contagiosa e sua causa ainda é desconhecida. Ela se manifesta, na maioria das vezes, por lesões róseas ou avermelhadas, recobertas por escamas esbranquiçadas.
Curto-circuito. O dermatologista Aripuanã Terena, da Associação Médica de Minas Gerais (AMMG), relaciona a psoríase a um “curto-circuito”, que faz com que as células da pele se reproduzam muito rápido. “De repente, algum mecanismo do processo de descamação sofre um problema e a pele começa a dar uma resposta inflamatória espontânea. Se um ciclo normal de descamação da pele leva aproximadamente 28 dias, na pessoa com o problema, esse período é encurtado para quatro dias”, esclarece.
O dermatologista explica que, por ser uma doença crônica, o portador da psoríase pode ter uma vida normal, desde que siga o tratamento médico recomendado. Eventualmente, pode ocorrer uma regressão da doença, durando meses e até anos, mas a psoríase ainda não tem cura. Embora não seja fatal nem contagiosa, a enfermidade afeta significativamente a qualidade de vida de seus portadores, pois há uma tendência de a pessoa se afastar do convívio social.
Gatilho. Terena também conta que um fator ambiental, como o estresse, em um indivíduo com predisposição genética para a doença pode ser um fator desencadeante ou agravante: “o estresse funciona como um gatilho”, diz. A psoríase pode ocorrer em qualquer parte do corpo e o tratamento pode ser feito com medicamentos tópicos (como pomadas, loções ou géis), em sua fase mais leve. Já nas formas mais complexas, são indicados medicamentos de uso oral, injetáveis e fototerapia (tratamento à base de luz), que agem para bloquear a atuação de proteínas que estimulam a inflamação.