SAÚDE

Remédio para diabete pode tratar Alzheimer, aponta pesquisa

Um grupo de pesquisadores da UFRJ e da Universidade Northwestern, nos EUA, descobriu que remédios para tratar diabete tipo 2 podem representar nova esperança.

Publicado em 03/08/2018 às 10:18Atualizado em 17/12/2022 às 04:32
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Um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da Universidade Northwestern, nos Estados Unidos, descobriu que remédios para tratar diabete tipo 2 podem representar nova esperança para quem sofre de Alzheimer.   Os pesquisadores conseguiram impedir o desenvolvimento da doença em neurônios cultivados em laboratório. O trabalho esta semana na revista "Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS)".   A relação entre diabete e Alzheimer já é conhecida há cinco anos. Diabéticos têm mais chances de desenvolver a doença. No caso de diabete tipo 2, comum em idosos e obesos, o pâncreas produz o hormônio insulina, mas ele não é absorvido pelas células, que se tornam resistentes à substância. No Alzheimer, ocorre algo parecido, mas apenas nos neurônios. É como se o cérebro sofresse de diabete tipo 2. Alguns pesquisadores já chamam a doença de diabete tipo 3.   O Alzheimer começa pela deterioração das lembranças. "Estudos recentes mostraram que a insulina é importante para processos bioquímicos relacionados à memória", explica a bióloga Fernanda De Felice, principal autora do artigo.   Os cientistas já identificaram os principais responsáveis pela doença: substâncias tóxicas conhecidas como oligômeros, que se acumulam no cérebro de pessoas com Alzheimer. As toxinas prejudicam a transmissão dos impulsos nervosos e, por fim, matam o neurônio.   Em janeiro do ano passado, Fernanda foi co-autora de um artigo científico que comprovava a ação dos oligômeros no aumento da resistência à insulina. "Essas substâncias impedem que os receptores de insulina cheguem à parede da célula", explica a bióloga. "Permanecem dentro, escondidos." Sem os receptores, as portas da célula fecham-se ao hormônio.   A bióloga sublinha que não adianta comprar insulina e rosiglitazona na farmácia para tratar um parente com Alzheimer. "Ainda precisamos descobrir como levar as duas substâncias até o cérebro”, revela.

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