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O médico cardiologista Marcelo Marra diz que o dispositivo possui as mesmas funções de um marca-passo
Pacientes em que o coração não está batendo eficientemente podem ser submetidos à Terapia de Ressincronização Cardíaca (TRC), por meio de um dispositivo cardíaco eletrônico denominado ressincronizador.
De acordo com o cardiologista Marcelo Marra, o aparelho possui as mesmas funções de um marca-passo (de tratar as bradicardias e melhorar a eficiência das contrações do músculo cardíaco), visando recuperar a função do coração de bombear sangue de forma adequada. “E um adicional fundamental é o tratamento da insuficiência cardíaca em um grupo específico de pacientes portadores de cardiomiopatia dilatada com bloqueio do ramo esquerdo”, exemplifica.
Marcelo Marra afirma que o coração tem a função de bomba e é constituído de quatro câmaras que operam de forma sincrônica. “Os átrios - nome que recebe as duas cavidades existentes no coração – contraem inicialmente e, em seguida, ocorre a contração simultânea dos ventrículos (câmaras inferiores do coração)”, pontua.
Segundo o cardiologista, pacientes portadores de cardiomiopatia dilatada com disfunção sistólica importante do ventrículo esquerdo e que possuem bloqueio completo do ramo esquerdo (feixe muscular que conduz o estímulo elétrico no coração) apresentam dissincronia interventricular. “Isto é, os ventrículos contraem em tempos diferentes, piorando a força contrátil do coração. O paciente apresenta cansaço aos pequenos e mínimos esforços, necessitando de internações hospitalares recorrentes para o tratamento da insuficiência cardíaca”, destaca Marcelo.
O especialista sustenta, ainda, que o ressincronizador cardíaco estimula o átrio e os dois ventrículos de forma sincrônica, além de melhorar a força de contração do coração, proporcionando melhora clínica ao paciente. “É uma terapia que, associada ao tratamento farmacológico, reduz a mortalidade, as internações hospitalares e um ganho na qualidade de vida”, completa.