No Brasil, 47% da população não faz atividade suficiente
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Uma epidemia de sedentarismo coloca mais de 25% da população mundial – 1,4 bilhão de pessoas – no grupo de alto risco das doenças que mais matam e debilitam: enfermidades cardiovasculares, diabetes 2, demências e alguns tipos de câncer. Em estudo que estima o nível de atividade física global, pesquisadores da Organização Mundial da Saúde (OMS) constataram que não houve progressos nesse sentido entre 2001 e 2016. No Brasil, 47% da população não faz atividade suficiente – 53,3% das mulheres e 40,4% dos homens admitem que se mexem menos do que deveriam.
Segundo o trabalho, publicado na revista The Lancet, se o padrão continuar, a meta de melhorar o quadro até 2025, assumida pelos países-membros da OMS, não será alcançada. O estudo traz uma compilação de dados fornecidos pelos ministérios da Saúde ou órgãos equivalentes de 168 países referentes a 358 pesquisas populacionais com 1,9 milhão de adultos acima de 18 anos. Neles, os próprios entrevistados reportam os níveis de atividades diárias, seja no trabalho, em casa, seja no deslocamento ou no tempo de lazer.
Do universo pesquisado, 75% não se movimentam suficientemente, considerando os padrões da OMS – ao menos 150 minutos de atividade moderada/intensa ou 75 minutos de atividade vigorosa por semana. Em relação à população mundial em 2016, ano-base do levantamento, eles representam um quarto do globo. “Diferentemente de outros importantes riscos à saúde, níveis insuficientes de atividade física não estão caindo no mundo e, em média, mais de um quarto de todos os adultos não alcança os níveis recomendáveis para ter uma boa saúde”, alerta, em nota, Regina Guthold, principal autora do estudo e pesquisadora da OMS na Suíça.