No verão, o movimento nos consultórios de oftalmologistas aumenta. O principal motivo é a “síndrome do olho seco”, que é caracterizada por olhos vermelhos, sensação de corpo estranho, ardência, coceira e visão borrada. A síndrome tem como grande vilão o ar condicionado.
Geralmente, a síndrome do olho seco atinge 10% dos trabalhadores ao longo do ano, mas o número de pessoas que apresentam o problema dobra no verão. Isso porque as pessoas abusam do ar condicionado, que torna o ar mais seco. Esse fator, associado ao ambiente fechado e à má conservação do equipamento, faz com que vírus, fungos e bactérias se proliferem no ar com maior facilidade.
A lágrima é um lubrificante natural dos olhos, que são compostos por três camadas: a externa oleosa, a intermediária aquosa e a interna proteica. Quando o ar se torna muito seco, ocorre a evaporação da camada aquosa, o que faz com que a lágrima perca suas propriedades lubrificantes.
Quem sofre com a síndrome do olho seco recorre a lágrimas artificiais para sanar os sintomas. Contudo, as pessoas tendem a abusar desse medicamento, achando que ele é inofensivo à saúde. Existem casos em que a pessoa usa o colírio dez vezes ao dia, enquanto o indicado é apenas quatro.
Apesar de atingir ambos os sexos, mulheres têm duas vezes mais chances de desenvolver a síndrome dos olhos secos. Isso porque, o problema pode estar relacionado às oscilações no nível do estrogênio durante a fase reprodutiva e à falta dele na pós-menopausa.
Além do ar condicionado, fatores como o uso de certos medicamentos e de lentes de contato, algumas doenças e a idade (a partir de 65 anos, os olhos diminuem em 60% a produção lacrimal), aumentam as chances de desenvolver o problema.
Para prevenir a síndrome dos olhos secos é preciso investir em uma alimentação saudável, evitando o consumo excessivo de carne bovina, gorduras e carboidratos; ingerir no mínimo dois litros de água por dia, e incluir no cardápio fontes de ácidos graxos, como os encontrados na semente de linhaça, óleo de peixes e amêndoas, além de frutas, verduras e legumes ricos em vitaminas A e E. Quando o trabalho exige atenção visual, manter a tela 30 graus abaixo da linha dos olhos, fazer intervalos de cinco minutos a cada hora de trabalho, além de piscar voluntariamente ajudam a diminuir os sintomas.