Qualquer cartilha de primeiros socorros ensina a identificar os principais sintomas apresentados por alguém que está sofrendo com problemas...
Qualquer cartilha de primeiros socorros ensina a identificar os principais sintomas apresentados por alguém que está sofrendo com problemas cardíacos, como o infarto agudo, mas estudo financiado pelo Instituto Nacional de Saúde dos EUA revela que, além da dor no peito, os sintomas podem ser diversos e se dividir de acordo com o sexo. Entre eles, os sinais podem aparecer semanas antes da manifestação da doença. De acordo com o cardiologista Carlos Alberto Ribeiro Arruda, infartos cardíacos e Acidente Vascular Cerebral, conhecidos como AVC ou simplesmente “derrames”, lideram as estatísticas de morte no Brasil, sem dar preferência a homens ou mulheres. Entretanto, ele alerta que esses casos nem sempre têm nos sintomas clássicos o aviso da existência de um problema. Nem todas as dores no lado esquerdo do peito provocadas pelo esforço são indicativas da possibilidade de infarto. Na verdade, variam bastante. Fadiga, mal-estar, inquietação inexplicável ou dores atípicas, como nos braços, costas, pescoço e mandíbula também podem ser sintomas, principalmente em mulheres. Mas como suspeitar de doenças tão graves, se os sintomas são tão diversos? Arruda explica que o segredo está na prevenção. “Como a instalação da doença geralmente precede em muitos anos o surgimento dos sintomas, a adoção de hábitos de vida mais saudáveis é sempre o melhor remédio. Sobre este aspecto, recomenda-se evitar o tabagismo, combater energicamente a obesidade e o estresse, controlar a pressão arterial, ter uma alimentação balanceada e nunca deixar de praticar esportes, além de contar sempre com o auxílio de seu médico”, esclarece. Segundo o especialista, um dado importante é a questão do risco maior de doenças cardíacas em mulheres que praticam o tabagismo e usam anticoncepcionais. A associação do medicamento com o fumo pode induzir formações trombogênicas, que é o aparecimento de coágulos de sangue que se acumulam em artérias ou veias em qualquer parte do corpo, elevando a ocorrência de derrames e enfartos. A incidência entre mulheres por volta dos 65 anos praticamente equipara-se ao número de casos registrados em homens. A principal diferença entre os sexos é que elas, quando jovens, estão mais protegidas pelos hormônios. Isso acontece até a menopausa, mas enfartos antes deste período costumam ser mais graves do que os que ocorrem em homens. O momento ideal de procurar um cardiologista pela primeira vez depende da realidade vivida por cada um. Pessoas que possuem forte histórico familiar de doenças cardíacas devem ficar atentos. O recomendável são visitas anuais para homens acima de 40 anos e para as mulheres acima de 50 anos; desde que não tenham sentido nenhum sintoma ou mal-estar incomum. Para quem apresenta fatores de risco, como diabetes, colesterol alto, tabagismo, pressão alta ou obesidade, as visitas ao cardiologista precisam ser mais regulares. “Os exames mais comumente realizados nestas avaliações são a bioquímica do sangue, o eletrocardiograma e o teste de esforço, visando sempre a detecção precoce dos problemas, para seu tratamento imediato”, completa Arruda.