Surto mundial de gripe, atrapalha as vendas de carne de porco

Muito apreciada pelo brasileiro, a carne de porco pode ter suas vendas prejudicadas por conta do surto mundial da gripe suína. Mas o consumo não está entre as formas de contaminação. De acordo com especialistas, ao cozinhar a carne a 70 graus Celsius, os vírus da gripe são completamente destruídos. Além disso, o médico infectologista Ricardo Juliano Molina esclarece que o vírus da gripe suína é transmitido pelas vias inalatórias, e não por ingestão. No entanto, alguns comerciantes em Uberaba já sentem uma ligeira queda no consumo do produto. Sérgio Manzan, proprietário de um açougue, revela que a falta de informação é a grande vilã das vendas. Além disso, diz ele, é natural que as pessoas se assustem, já que em muitos veículos de comunicação fala-se sobre o risco de uma pandemia, ou seja, uma epidemia de proporções globais. “Ontem, vieram mãe e filha comprar carne. A filha queria de porco, mas a mãe não deixou que ela levasse, afirmando que o consumo poderia causar a gripe. No fim, eu não consegui concluir a venda”, lembra.   No entanto, mesmo sabendo que o consumo da carne de porco, devidamente cozida, não causa o contágio, Sérgio admite estar preocupado com a doença que assola o mundo. “Normalmente, quando amanheço gripado, nem procuro médico, pois me trato por conta própria. Agora, ao notar qualquer sintoma, o melhor a fazer é procurar ajuda”, salienta. Também dona de açougue, Marta Marcacine afirma não ter notado queda na venda da carne suína em seu estabelecimento. “Em todo momento, o assunto é exibido na TV, nas rádios e nos jornais. Além disso, quando as pessoas chegam meio desconfiadas, tento esclarecê-las”, explica.   Alerta. O infectologista Ricardo Molina reforça que evitar aglomerações e viagens às áreas suspeitas é sempre recomendável. Além disso, por ter sofrido algumas mutações, como ocorreu com o caso da gripe aviária, os sintomas da gripe suína tendem a ser mais agressivos. “Notando qualquer sintoma mais forte, é importante procurar ajuda médica. E viajar para os EUA ou México só em casos de extrema necessidade”, conclui.