São financiados pelo SUS em torno de 92% dos procedimentos de captação de órgãos, por isso outra medida foi dobrar os valores repassados aos hospitais que desenvolvem o serviço. O investimento, anunciado pelo ministro da Saúde, José Gomes Temporão, é de R$ 24,1 milhões, para este ano e para 2010. Pela retirada do globo ocular para transplante de córnea eram pagos R$ 161,17, passando agora para R$ 322,38. A cada entrevista de solicitação para doação junto à família, o hospital vai receber R$ 420. Entre os maiores valores estão a captação de coração e rins, cuja retirada passa a valer R$ 1.170, e de fígado, R$ 2.340. Um dos maiores problemas enfrentados pelo MG Transplantes é a falta de notificação de prováveis doadores de órgãos e tecidos para transplantes. A expectativa é que com o novo valor pago pelo Ministério da Saúde pelos procedimentos de captação esse quadro mude. Para o coordenador Ilídio Antunes, no entanto, a medida, apesar de importantíssima, é insuficiente para resolver o problema. “É importante, mas o que precisa melhorar bastante é a estrutura desses hospitais, que está deixando a desejar no Brasil, principalmente quando foge das regiões Sul, Sudeste e Centro-oeste”, destaca. Segundo ele, adianta pouco haver mais dinheiro para os hospitais se eles não tiverem a estrutura necessária e adequada para desenvolver os procedimentos de captação. “A mudança visa a ser um estímulo para os hospitais se estruturarem”, encerra Ilídio. (DR)