Um terço da população mundial fuma. Isto significa cerca de 1,3 bilhão de pessoas em contato diário com substâncias tóxicas, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS)
O sucesso cirúrgico dos pacientes que não são urgentes ocorre em 95% dos casos, por isso a prevenção é fundamental
Um terço da população mundial fuma. Isto significa cerca de 1,3 bilhão de pessoas em contato diário com substâncias tóxicas, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, levantamento realizado pelo Ministério da Saúde e pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca) indica que 18,8% da população brasileira é fumante, dos quais 23% são homens e 16%, mulheres. Além de causar impotência sexual no homem, úlcera gástrica, complicações na gravidez e trombose vascular, fumar é um dos principais fatores de risco para aneurismas arteriais.
Aneurisma é uma dilatação do vaso sanguíneo (artéria ou veia) que pode evoluir progressivamente para uma ruptura, o que leva a sangramento, aumentando a possibilidade de óbito. Além disso, pode gerar trombose, coagulação do sangue no vaso sanguíneo que ocasiona isquemia, o que significa falta de sangue ao órgão que o vaso em questão irriga e prejuízo ao seu funcionamento correto.
O cirurgião vascular Ricardo Soffiatti destaca que os aneurismas estão localizados em todas as artérias, podendo ocorrer de afetar todos os órgãos. Segundo o especialista, a importância de fazer o diagnóstico e o tratamento precoce é o fato de que o sucesso ocorre em 95% dos casos. “Naqueles tratados na urgência, o percentual de
sucesso é de aproximadamente 50%. A prevenção diminui as chances de ocorrerem várias doenças, entre elas a aterosclerose coronariana”.
Soffiatti explica que aneurismas das artérias são frequentes, especialmente os da aorta abdominal e das artérias dos membros inferiores, mesmo que os mais conhecidos sejam os cerebrais, comuns em mulheres jovens, enquanto os dos membros inferiores e da aorta abdominal afetam quem tem mais de 50 anos. “Os aneurismas cerebrais têm um fator congênito importante e os da aorta e membros inferiores são relacionados ao tabagismo e à hipertensão arterial”, ressalta.
Há duas formas de tratar o problema. A primeira delas é a cirurgia convencional, para a colocação de próteses de material artificial que substitui integralmente a função dos vasos afetados. “O implante de endoprótese vascular por cateterismo é outro tipo de tratamento, menos invasivo e, portanto, mais utilizado em pacientes com doenças associadas, como enfisema pulmonar ou insuficiência cardíaca, por diminuir o risco de complicações”, revela.