Atualmente, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 15 milhões de brasileiros têm problema de audição. E é pensando nesses números que...
Atualmente, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 15 milhões de brasileiros têm problema de audição. E é pensando nesses números que, pelo quarto ano consecutivo, a Sociedade Brasileira de Otologia (SOB) promove a Campanha Nacional da Saúde Auditiva. A mobilização, que em 2008 tem como tema o uso dos tocadores de MP3, foi lançada na segunda-feira, 10, e já chegou a Uberaba. Segundo o médico Marcelo Hueb, na cidade, nos consultórios dos otorrinolaringologistas e a Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), está acontecendo a divulgação da campanha. Para orientações sobre audição e perda auditiva, Hueb alerta que devem ser procurados médicos especializados. Sobre o tema da campanha nacional deste ano – os tocadores de MP3 –, o otorrino esclarece que o risco de uma surdez total derivado do uso desses aparelhos é muito pequeno, entretanto, a perda auditiva causada pela exposição a sons intensos é definitiva e cumulativa, ou seja, uma vez instalada, não tem recuperação e tende a piorar com o passar do tempo, podendo atingir graus de grande intensidade. “Algumas pessoas mais susceptíveis certamente sofrerão um impacto negativo maior, mas certamente todos terão problemas nestas condições. A saída máxima dos MP3 chega a 120db, que é uma unidade de medida da intensidade sonora equivalente ao ruído da turbina de um avião ao decolar. Para que se tenha uma idéia, o limite de exposição aceitável é de 80dB, por um período de 8 horas, diariamente. Para 120 dB o tempo de exposição com segurança cai para 5 minutos”, alerta o especialista. O médico acrescenta que a preocupação com os aparelhos é ainda maior porque o público alvo da tecnologia é adolescente. Afinal, acredita-se que o uso contínuo levará a alterações auditivas no decorrer de 5 a 10 anos. “Isso tem uma importância muito grande em virtude dessa perda de audição vir a se somar com a perda auditiva que ocorre naturalmente com o passar dos anos e que causa um grande impacto negativo na comunicação dos idosos”, conta Hueb. De acordo com o otorrinolaringologista, tamanhos são os prejuízos desses equipamentos, que alguns países, como a França, têm elaborado leis limitando a potência máxima dos tocadores de MP3, com o intuito de defender a audição dos seus usuários. Orientações. Para conseguir aliar o uso da tecnologia conservando a audição, o ideal, segundo o otorrinolaringologista, é usar o aparelho apenas em locais mais silenciosos, onde não seja necessário utilizar muito mais do que a metade da sua potência. “Em locais muito ruidosos, a tendência é aumentar o volume para compensar o som externo e aí se chega facilmente aos limites lesivos. Isso piora ainda mais no caso dos MP3, pois os fones são tipo plugue, dificultando a dispersão da energia sonora, que acaba ficando “presa” no canal auditivo e lesando ainda mais a audição”, destaca o médico. Além disso, o especialista orienta os usuários para que utilizem os MP3 players sempre com intervalos de descanso. Para mais informações, o site da campanha é www.saudeauditiva.org.br.