Método, desenvolvido em Ribeirão Preto, consiste num transplante de medula óssea e garante ao diabético novo sistema imunológico.
Pacientes com diabetes tipo 1, diagnosticado no máximo há seis semanas, e com mais de 12 anos de idade podem se ver livres das doses de insulina. Um novo tratamento, desenvolvido pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (USP), visa a preservar as células beta – responsáveis pela produção de insulina no pâncreas – antes que estas sejam destruídas pela doença auto-imune. O método, que consiste num transplante de medula óssea, garante ao diabético um novo sistema imunológico. Com quimioterapia, desligamos o sistema imunológico do paciente. Depois, o religamos com auxílio de células-tronco hematopoéticas, como num transplante de medula. Assim, é gerado um novo sistema imunológico que pára de agredir o pâncreas – explica Carlos Eduardo Couri, um dos autores do estudo, que venceu a categoria Saúde e Prevenção, do Prêmio Saúde 2008, promovido pela Editora Abril. O diabetes tipo 1 atinge, principalmente, pessoas com até 35 anos. O uso contínuo de insulina compromete a qualidade de vida, pois, mesmo controlado, o paciente pode ter uma hipoglicemia ou hiperglicemia. Durante a pesquisa, iniciada em 2003, com 23 participantes, entre 12 e 31 anos, 14 estão livres da insulina há mais de quatro anos. Porém, o novo tratamento, pioneiro no mundo, é indicado somente aos recém-diagnosticados, uma vez que eles ainda possuem parte das ilhotas de células beta. “Diabéticos há pelo menos um ano já tiveram todas as células beta destruídas, então o tratamento não adianta”, avisa Couri.