Criado em 1987, para despertar na população a consciência da necessidade da prevenção, é celebrado hoje, 1º de dezembro, o Dia Mundial de Luta contra a Aids
Criado em 1987, para despertar na população a consciência da necessidade da prevenção, é celebrado hoje, 1º de dezembro, o Dia Mundial de Luta contra a Aids (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida). A data busca aumentar a compreensão sobre a síndrome e reforçar a tolerância e a compaixão às pessoas infectadas. E, mesmo com campanhas periódicas, a doença tem mudado de comportamento nos últimos anos.
Dados levantados pelo Programa Municipal de DST/Aids em 2007 mostraram que, nesse ano, houve aumento do número de novos casos. Em 2006, foram 115 notificações, sendo 71 homens (61,80%) e 44 mulheres (38,20%). Em 2007, até outubro, já havia 134 casos da doença, dentre os quais, 80 eram homens (59,70%) e 54 mulheres (40,30%). Um aumento de 2% entre as mulheres e diminuição da mesma porcentagem entre os homens, embora o número de óbitos por Aids fosse menor.
De acordo com a Gerência Regional de Saúde dos 18 municípios da região, Uberaba se encontra em primeiro lugar em número de notificações de infectados por Aids, na frente até de Uberlândia, que tem mais de 630 mil habitantes. Embora de lá para cá essa realidade tenha melhorado, os números voltaram a aumentar. Em 2009, foram registrados
67 novos casos o ano todo, sendo 28 mulheres e 39 homens. Este ano, até novembro, já foram 92 novos, sendo 41 mulheres e 51 homens. Uberlândia registrou apenas quatro casos nos dois anos.
Para o infectologista Fernando de Freitas Neves, esse aumento não é real, pois, neste ano, pacientes que já haviam sido contados e se tratavam anteriormente, foram registrados novamente para voltarem ao tratamento. Além disso, ele lembra que a ideia da década de 80, que caracterizava gays como grupo de risco para DSTs, hoje é absurda, já que doenças como Aids caíram em incidência nessa população e aumentaram entre heterossexuais.
“O número é estável, a mudança tem acontecido entre adolescentes de 13 a 19 anos com novos casos. Eles estão deixando de usar preservativos, apesar de toda a campanha voltada a esta faixa, principalmente do sexo feminino. Também ocorre entre a população acima de 50 anos - o que não era frequente -, por conta do aumento da atividade sexual sem o hábito do preservativo, devido ao uso de estimulantes. Sobretudo entre as mulheres - era uma mulher para cada 30 homens, mas hoje essa proporção é de uma para 1,5” -, revela Neves.