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Alegria e Luto: Entre o beijo da taça e o adeus de Chico Xavier

Dandara Aveiro
Publicado em 25/07/2025 às 08:57Atualizado em 25/07/2025 às 10:07
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Capa do dia 1º de julho de 2002 (Foto/Arquivo JM)

Capa do dia 1º de julho de 2002 (Foto/Arquivo JM)

Em meio à euforia pelo pentacampeonato da Seleção Brasileira, o país também lamentava a morte de uma grande figura ligada ao Espiritismo nacional. No dia 30 de junho de 2002, o Jornal da Manhã estampava uma das capas mais emblemáticas ao longo dos seus 50 anos de história, com o falecimento de Chico Xavier, em Uberaba, aos 92 anos, instante após à vitória do Brasil na Copa do Mundo.      

Após duas décadas dos acontecimentos, Valdemar Filmiano, jornalista responsável pela edição à época, relembra os bastidores da data que ficaria marcada na memória dos leitores do JM. “A capa já estava pronta e ostentávamos as cinco sonhadas estrelas na crista da primeira página. Domingo, 20h, era só ir pra casa e continuar a comemoração do penta. Porém, o telefone toca. Do outro lado da linha, João Eurípedes Sabino me informava a morte de Chico Xavier. Várias outras ligações vieram em seguida confirmando”, conta.         

Com a manchete Alegria e Luto, a capa trazia duas imagens conectadas por um gesto simbólico: o beijo. De um lado, Cafu, capitão da Seleção Brasileira, beijava a taça em êxtase pela conquista do penta; do outro, Chico aparecia em uma fotografia clássica, mandando um beijo em sinal de afeto. Os dois assuntos foram tratados em matérias e editorias distintas, mas o jornal uniu ambas as personalidades, representando o sentimento do país naquele dia.   

“Não me lembro qual era a manchete da capa que não circulou. Devia ser algo do tipo ‘QUE VENHA O HEXA’. Quando abri o arquivo de fotos, a imagem de Chico mandando um beijo encaixou-se perfeitamente com a foto de Cafu beijando a taça. A alegria do penta que chegava. Chico, que previra sua partida num momento alegre, no beijo de despedida. Foi mesmo um domingo de ‘alegria e luto’. O casamento dos acontecimentos na primeira página, e a manchete estava pronta!”, ressalta o jornalista. 

Filmiano menciona que o estilo da capa, mais do que uma representação dos fatos, era uma tendência da época entre os grandes jornais brasileiros, que apostavam em diagramações arrojadas e com forte apelo visual. “Conosco não foi diferente. Um trabalho que só foi possível graças ao talento de fotógrafos como Jairo Chagas, Rubio Marra, Fernanda Borges, Sergio Gomes, Francis Prado e Ricardo Rodrigues (Jarrão), dos arte-finalistas, Toninho e Edmilson, e do diretor Luiz Ciabotti Neto, sempre trazendo novidades e sugestões”.        

Para o jornalista, aquele último domingo de junho, há 23 anos, ficou marcado como uma data importante tanto para a imprensa, quanto para a cidade e para o país. “Na minha visão, a repercussão veio até mais a nível nacional do que local. Ainda assim, o uberabense deixou a alegria guardada no coração e dedicou-se a prestar a derradeira homenagem a Chico Xavier. E como contador da história de Uberaba nestes últimos 50 anos, esse dia não poderia deixar de marcar a trajetória do Jornal da Manhã”, finaliza. 

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