Artesã de Uberaba defende bebês reborn: maioria da clientela é de crianças

Em meio a polêmicas recentes envolvendo o uso de bonecas bebê reborn por adultos em situações inusitadas, uma artesã de Uberaba defende a verdadeira essência do seu trabalho: a arte. Verônica Melo iniciou sua trajetória na pandemia, ao buscar uma alternativa para complementar a renda familiar. A artesã faz questão de destacar que, muito além das polêmicas que circulam nas redes sociais, essa é uma arte com forte impacto emocional e social.

“Já fiz várias bonecas para quem tem Alzheimer, para crianças com problemas de saúde. O bebê reborn é uma arte muito bonita”, afirma. Verônica relata, inclusive, a encomenda de uma boneca com traços de síndrome de Down feita por uma mãe que havia perdido a filha. “Achei que pudesse estar explorando a dor dela, mas percebi que estava eternizando o amor”, diz.

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Ela lamenta que a arte reborn esteja sendo usada por algumas pessoas como forma de autopromoção. "São pessoas que não têm mais o que fazer para se aparecer e estão usando o bebê reborn", diz. Um dos pontos mais mal interpretados, segundo ela, são os raros casos em que pessoas levam bebês reborn a hospitais, gerando alarde desnecessário. “Pode até ter acontecido, mas é um caso aleatório. Não é como se todo mundo estivesse fazendo graça”, desabafa. “As pessoas criticam sem saber”, lamenta ela e ainda questiona: "será a boneca o problema de tudo isso ou uma sociedade gananciosa que só quer tirar proveito de tudo pra aparecer?".

Verônica enfatiza que a dedicação por trás de cada boneca é enorme. O processo envolve pintura em camadas, secagem em forno especial, colocação de cabelos fio a fio com agulha, além da confecção do corpo em tecido. Tudo isso leva cerca de 20 a 25 dias para ser concluído. “Não é um trabalho rápido que você faz do dia para a noite”, explica. Hoje, a maioria dos clientes da artesã são pessoas que compram as bonecas para presentear crianças.