Centro de Tradições Culturais e Religiosas Afro Brasileiras (Centrafo) lançará em Uberaba, na próxima semana, a campanha “Quem é de axé, diz que é”, que visa ao combate à intolerância religiosa e a conscientização dos praticantes e seguidores das religiões de matrizes africanas a assumirem a sua religiosidade perante o recenseador do Censo 2010.
Segundo o último Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apenas 0,3% da população do país se declarou praticante de candomblé, a umbanda, o omolocô, o tambor de mina, o batuque, entre outros elementos que formam o grande mosaico da religiosidade brasileira de origina africana.
De acordo com o presidente do Centrafo em Uberaba, Babá Carlos Costa, o índice é muito maior, mas as pessoas têm medo de ser vítimas de preconceito. “Aqui, em Uberaba, se estivermos com 300 mil habitantes, os praticantes de religiões de matrizes africanas são aproximadamente 12%. O problema é que as pessoas muitas vezes têm receio de ser achincalhadas na rua por causa da sua opção religiosa”, conta.
Está sendo programado para o dia 7 de agosto um culto ecumênico no centro da cidade para marcar o início da campanha. “Estou analisando a possibilidade, porque estamos com problemas na questão de verba, então, me reuni com outros seguidores das religiões de matrizes africanas para divulgar melhor a campanha”, explica Babá Carlos.