Verão chuvoso acabou atrapalhando o plantio de algumas verduras, já que o excesso de água contribuiu para a proliferação de pragas, o que levou o preço de determinadas hortaliças a sofrerem reajuste. Segundo Petrônio José da Silva, agrônomo da Emater, o excesso de chuvas danifica principalmente as folhosas, aumentando a incidência de doenças e, em contrapartida, reduzindo a produção. “O produtor acaba diminuindo o plantio para evitar perdas. Com os gastos maiores, tendo muitas vezes que recorrer ao uso de defensivos agrícolas, para não arcar com o prejuízo sozinho, o produtor acaba repassando os custos. Isso faz com que o preço das hortaliças também pese no bolso do consumidor”, afirma. O agrônomo falou a respeito de uma nova praga, o caracol africano. Segundo ele, ainda não existe um controle eficaz contra esse molusco, o que exige do consumidor atenção redobrada na hora das compras. “Verificar principalmente entre as folhas do alimento se não há nenhuma praga e, antes do consumo, lavá-las bem, não se esquecendo de deixar de molho em uma solução de água e vinagre, para que todos os microorganismos danosos ao ser humano possam ser eliminados”, orienta. Petrônio frisa, ainda, que, antes de guardar as folhosas, deve-se escorrer toda a água para retardar o apodrecimento. Preço. No atacado, a abóbora foi o produto que teve aumento mais significativo. Há 30 dias, o quilo do alimento era comercializado na Central de Abastecimento de Uberaba (Ceasa) por R$ 0,67 e agora vale R$ 2,67, representando um aumento de quase 300%. Batata, cenoura, tomate e repolho foram outros produtos que tiveram acréscimo nos preços, segundo dados da Ceasa. Gerente de um varejão no bairro Boa Vista, Ademir Pagane conta que as folhosas são as que mais encareceram para o consumidor. “A alface, por exemplo, era vendida em dezembro por R$ 1,18 e, hoje, está custando R$ 1,68”, afirma. O gerente observou ainda que a batata, cenoura e o tomate também subiram de preço nos últimos 30 dias, gerando reclamação entre os fregueses do estabelecimento.