Companhia pretende esclarecer consumidores e dar prazo final para adequações antes de recorrer a suspensão de fornecimento ou rompimento de cadeados
A Companhia Operacional de Desenvolvimento, Saneamento e Ações Urbanas (Codau) fará uma última tentativa de diálogo com os consumidores que ainda não regularizaram a situação dos hidrômetros em Uberaba. Segundo o presidente da autarquia, Rui Ramos, a medida antecede ações mais incisivas, já autorizadas pela agência reguladora Arisb-MG, como rompimento de cadeados ou suspensão do fornecimento de água em casos de descumprimento.
Atualmente, cerca de 4 mil hidrômetros precisam ser substituídos, muitos deles com mais de 20 anos de uso, o que compromete a precisão da medição do consumo. A Codau também identificou residências onde os equipamentos permanecem instalados dentro dos imóveis, dificultando o acesso dos leituristas, mesmo após diversas notificações e oferta gratuita de instalação externa. “Temos hidrômetros trancados com até três cadeados, alguns até com solda. A Arisb já nos autorizou a romper ou cortar o fornecimento na calçada se necessário, mas queremos evitar isso. Por isso, essa será a última tentativa de esclarecimento e regularização”, destacou Ramos, entrevista ao JM.
O presidente reforçou que a substituição dos hidrômetros vencidos é obrigatória por lei e que a falta de atualização prejudica toda a coletividade, pois equipamentos imprecisos geram perda de receita e distorções na tarifa de água. “Quando parte da população paga menos do que consome, quem está em dia acaba arcando com a diferença. Isso é injusto”, pontuou.
A nova etapa de diálogo ocorrerá durante a audiência pública convocada pela 8ª Promotoria de Justiça de Uberaba, marcada para o dia 28 de outubro, no Centro de Educação e Tecnologia Ambiental (Ceta), no Parque das Barrigudas. O encontro reunirá representantes do Ministério Público, Arisb-MG, Prefeitura, Câmara Municipal e Procon, com o objetivo de esclarecer à população a obrigatoriedade da atualização cadastral e da troca dos hidrômetros vencidos.
Rui Ramos ressalta que a intenção da Codau é evitar medidas coercitivas, mas que, após essa fase, a companhia não terá outra alternativa. “Tanto a nossa administração quanto a própria prefeita Elisa, é contra essas medidas. A gente quer evitar, por isso vamos fazer a última tentativa de esclarecimento. Depois, eventualmente, temos que partir para outras medidas”, concluiu.