EMERGÊNCIA

Uso de caminhão-pipa em escola particular de Uberaba gera críticas durante crise hídrica

Direção nega desperdício de água e Codau explica que medida segue plano de contingência para serviços essenciais; 14 locais receberam atendimento emergencial nesta quarta-feira (8)

Dandara Aveiro
Publicado em 09/10/2025 às 14:14Atualizado em 09/10/2025 às 17:01
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A Codau confirmou o envio do caminhão-pipa, destacando que a medida segue o Plano de Contingenciamento da Seca, que prioriza o atendimento emergencial a serviços essenciais, como escolas e unidades de saúde (Foto/Reprodução)

A Codau confirmou o envio do caminhão-pipa, destacando que a medida segue o Plano de Contingenciamento da Seca, que prioriza o atendimento emergencial a serviços essenciais, como escolas e unidades de saúde (Foto/Reprodução)

Em meio à crise hídrica que levou a Prefeitura de Uberaba a decretar situação de emergência no município, um vídeo enviado ao Jornal da Manhã levantou questionamento entre moradores do bairro Santa Maria. Nas imagens, um caminhão-pipa aparece abastecendo um colégio particular da região, o que gerou críticas sobre possível desperdício de água em um momento de racionamento e pelo fato de o local ter recebido o serviço enquanto diversas residências enfrentam falta d'água. A direção da escola negou possível vazamento, enquanto a Codau disse que o atendimento seguiu o plano de contingência para serviços essenciais.

Segundo a denúncia, o desabastecimento da unidade escolar não teria sido causado pelo rodízio imposto pela Codau, mas sim por uma suposta torneira deixada aberta durante a noite, o que teria esvaziado a caixa d’água do colégio. A direção, no entanto, negou a informação. Em resposta ao JM , o responsável pela unidade afirmou que desconhece qualquer situação de negligência e que o abastecimento foi solicitado após dois dias sem água. “Solicitei o caminhão-pipa para garantir o funcionamento básico da escola, como bebedouros e vasos sanitários. Estamos utilizando a água apenas para higiene e saúde. Essa questão de torneira aberta me assusta, desconheço totalmente e irei apurar com o responsável pela manutenção”, afirmou o gestor, que ainda relatou ter comprado galões de 20 litros para suprir a falta d’água até a chegada do caminhão.

Procurada pela reportagem, a Codau confirmou o envio do caminhão-pipa, destacando que a medida segue o Plano de Contingenciamento da Seca, que prioriza o atendimento emergencial a serviços essenciais, como escolas e unidades de saúde. “O Plano de Contingenciamento prevê a disponibilização deste recurso, conforme sua capacidade e prioridade, para atendimentos emergenciais a serviços essenciais, como instituições de ensino, hospitais e unidades de saúde. O caminhão pipa foi enviado ao colégio em questão a partir desta medida. Assim como as demais, a escola seguiu o trâmite necessário para solicitar o abastecimento, e entrou para uma fila de atendimento. O pedido foi feito no dia 7 de outubro, e foi possível ser atendido, diante da demanda, nesta quarta (8)”, informou a companhia, ressaltando que, no caso das escolas particulares, o serviço é cobrado.

A autarquia esclareceu ainda que a unidade está localizada em uma das áreas altas da cidade, onde a baixa pressão tem dificultado o abastecimento de água, situação enfrentada também por moradores da região. Sobre a denúncia de vazamento, a autarquia afirmou que, realmente, não houve registro do fato.

O presidente da companhia, Rui Ramos, também comentou o assunto durante entrevista à Rádio JM. Segundo ele, a Codau tem atuado diariamente para garantir o fornecimento a locais prioritários. “Nós já temos um plano de ação funcionando. Escolas, unidades de saúde e hospitais que nos pedem socorro, estão sendo abastecidos. Só nesta quarta-feira, foram 14 pedidos e todos foram atendidos em curto prazo”, afirmou o dirigente, destacando que o caminhão-pipa é uma medida emergencial e que as escolas precisam oferecer suporte para a operação, como ocorreu no colégio denunciado, que solicitou o serviço e arcou com o custo do abastecimento.

O episódio ocorreu em meio ao recente Decreto nº 1.344, instituindo situação de emergência no abastecimento de água tratada por 30 dias, em Uberaba, prazo que pode ser prorrogado. O documento permite aplicar penalidades a quem for flagrado desperdiçando água, com base na Lei Municipal nº 10.270/2007, que prevê penalidades como advertência e multa de uma Unidade Fiscal do Município (UFM), no valor de R$ 418,39, ou mais, em casos de reincidência. A medida também reforça o apelo da administração para que a população reduza o consumo e priorize o uso da água apenas para atividades essenciais, até que a vazão do rio Uberaba, principal manancial da cidade, volte a níveis seguros.

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