Copa do Mundo de Futebol ocorre uma vez a cada quatro anos e, em cada uma delas, o clima de euforia que toma conta do país faz aumentar o consumo de cerveja e os preços são repassados aos revendedores pelas cervejarias.
Em Uberaba, os comerciantes seguem amargando aumentos consecutivos no preço de revenda desde o início do ano, sem poderem repassar os novos valores para o consumidor final. "É impossível repassar com a mesma velocidade com que compramos, porque isso implica em mudar cardápios e cartazes. Sem contar que nenhum comerciante gosta de aumentar o preço", revela proprietário de um bar no bairro São Benedito, que preferiu não se identificar.
Segundo ele, às vésperas do evento mundial mais festivo do Brasil, a caixa de cerveja, que custava R$ 51,09 na semana passada, foi comprada por
R$ 51,44, ontem. Tomando-se por base o comparativo com o valor da caixa no início do ano, o aumento torna-se ainda mais expressivo, já que o preço de venda era de R$ 47. "Se houver mais uma elevação de valores, vou ter que alterar o preço para o meu cliente também", conta. De acordo com os cálculos do comerciante, o preço da garrafa mais vendida (a de 600 ml) de duas das marcas mais tradicionais do país pode pular de
R$ 3 para até R$ 3,50. "Com os valores praticados agora, estou tomando prejuízo de
R$ 0,16. Então, tenho que jogar um valor a mais", justifica.
Em outro estabelecimento, localizado no bairro Boa Vista, o proprietário Valter Sales da Silva também segura o preço para seus fregueses, segundo ele, em função da concorrência acirrada. "Estamos na maior bronca, mas tem que segurar. Ainda mais agora, com a Copa do Mundo chegando", conta o comerciante, que já reforçou seus estoques. "Compro cerca de 40 caixas de cerveja por semana e a partir da semana que vem já vou comprar 60, por causa da Copa. Seria um susto se eu aumentasse o preço agora, mas ficamos no aguardo da distribuidora", finaliza.