CIDADE

Dengue deixa Veríssimo alarmada

“Parece que a cada 100 moradores, 90 estão com dengue”, foi o que afirmou ontem um dos 1.200 moradores da cidade

Publicado em 24/04/2010 às 00:33Atualizado em 20/12/2022 às 06:53
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“Parece que a cada 100 moradores, 90 estão com dengue”, foi o que afirmou ontem um dos 1.200 moradores da cidade de Veríssimo, a 43km de Uberaba, sobre a situação da cidade. Segundo o lavrador, que preferiu não se identificar, por temer retaliações, toda a população está alarmada em consequência do surgimento de casos diários de dengue. “A gente procura a Secretaria de Saúde, eles responsabilizam a Vigilância Sanitária e, assim, vice-versa”, reclama o lavrador sobre as ações de prevenção e combate do município.

Para ele, Veríssimo possui todas as condições necessárias à proliferação do Aedes aegypti: grande quantidade de terrenos baldios e falha no atendimento aos casos suspeitos. “Está complicadíssimo porque a população está doente, o ambulatório e o postinho estão lotados e até os remédios estão faltando, como aconteceu com o Tylenol há alguns dias”, protesta ele, ressaltando que no Programa Saúde da Família da cidade, cerca de 100 pessoas concentram-se, diariamente, aguardando para ser consultadas com um dos dois médicos que revezam por turnos no atendimento. “E mesmo nesse cenário eu percebo que a Prefeitura não fez nada, não tem feito e nada fará. Acho que nem o prefeito vem mais aqui para não pegar dengue”, ironiza o lavrador.

A reportagem do Jornal da Manhã procurou o prefeito de Veríssimo, Luís Carlos da Silva (PV), no gabinete da cidade, mas quem respondeu às solicitações do JM foi a gestora municipal de Saúde, Maria Marina Silva Carvalho. Segundo ela, embora o alarde, apenas 21 casos de dengue foram confirmados até agora. “O surto está em todo o Brasil, mas eu admito que a população esteja alarmada, apavorada e qualquer sintoma que venha a ter atribui à doença”, justifica.

Segundo Marina, somente as ações da Prefeitura e passagens do carro fumacê pela cidade não são suficientes para eliminar os focos de proliferação. “O apelo é para que todos ajudem porque as pessoas aqui ainda são arraigadas no primitivismo e criam animais no quintal, o que dificulta muito o controle de água parada”, afirma.

Além do medo da população, Marina explicou que outro motivo responsável pela superlotação das unidades de atendimento é o recebimento de pessoas da zona rural de Veríssimo e trabalhadores radicados na cidade para o emprego nas usinas de cana. “São mais de 500 propriedades rurais e outros 200 funcionários da usina que ficam aqui nos alojamentos, então, enquanto o IBGE fala em 2,8 mil pessoas, nossa população é mais de cinco mil e todas elas vêm para as unidades de atendimento”, conclui.

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