Polêmica levantada pelo Jornal da Manhã relativa à lago de dejetos formado na Pedreira de Léa parece estar longe do fim. O local, formado de uma cava exaurida de basalto (mineral utilizado na construção de calçadas, entre outras coisas), até a bem pouco tempo servia, indiscriminadamente, ao descarte de materiais orgânicos originários do lixo doméstico.
“Até um ano atrás, o lugar não tinha fiscalização e, infelizmente, foi nessa época que a lagoa ficou do modo como está hoje”, conta José Sidney de Melo, diretor de Recursos Ambientais da Secretaria do Meio Ambiente e Turismo (Semat).
Segundo ele, embora não chova há praticamente três meses, o acúmulo de água na cava acontece, pois várias nascentes fluviais escorrem pela pedra das rochas que formam a parede, e deságuam no centro do problema. “Como o local é constituído por uma laje impermeável, a água não desce e entra em contato direto com o fundo da cava, onde está localizado o lixo”, explica.
O fato que gera medo entre a população diz respeito, entretanto, ao encontro da lagoa (fétida e de cor verde) com o córrego Lajeado, que está acima da captação do Codau, água que abastece o município. O diretor da PMU confirma a informação. “A água não é captada diretamente da lagoa, mas sim do córrego. O que ameniza é o fato de que, em contato com o córrego, a água suja é diluída e mesmo sua presença não é suficiente para contaminá-lo”, garante.
José Sidney ressalta que as análises técnicas e monitoramento da água do córrego são realizados periodicamente pelo Codau. “Acredito que não há risco, mesmo porque o Codau tem que trabalhar em concordância com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT)”, finaliza.