Após diversos questionamentos de moradores, o presidente da Codau, Rui Ramos, afirmou que não haverá desconto automático nas contas de água em razão dos períodos prolongados de desabastecimento enfrentados por moradores de Uberaba nos últimos meses. À Rádio JM, ele explicou que a autarquia não tem autonomia para criar abatimentos, compensações ou isenções; qualquer decisão depende da Agência Reguladora Intermunicipal de Saneamento Básico de Minas Gerais (ARISB-MG), entidade responsável por aprovar reajustes e definir regras tarifárias.
A discussão ganhou força quando, durante o programa Pingo do J, um ouvinte relatou que ficou vários dias sem água em casa e perguntou se teria direito a desconto na fatura. Rui respondeu que o consumidor “paga apenas o que passa no hidrômetro” e que, se a água não chegou, a conta naturalmente vem menor. Além disso, explicou que descontos generalizados afetariam o equilíbrio financeiro da autarquia e acabariam sendo repassados para os consumidores no reajuste anual.
“Tudo que deixarmos de cobrar agora, a ARISB vai considerar na hora de calcular o reajuste do ano seguinte. Se cai a receita, o aumento é maior para compensar. Não existe mágica e, infelizmente, a decisão não cabe à Codau.”, afirmou.
A polêmica sobre o ar na tubulação também voltou à tona. Moradores defenderam que, após longos períodos sem abastecimento, a entrada de ar poderia fazer o hidrômetro girar e aumentar a conta, o que justificaria algum tipo de compensação. Rui, porém, negou que isso seja comprovado. Segundo ele, não há estudos ou validação técnica que indiquem que o ar cause medição indevida. “Esse assunto aparece sempre, mas não existe evidência científica de que o hidrômetro gire com ar. Consultamos o Inmetro, e não há equipamento homologado que comprove isso. Pelo contrário: alguns até podem prejudicar a pressão e a vazão da água na entrada do imóvel”, finalizou.