A inscrição dos alunos na jornada contou com apoio da Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG), que possibilitou a participação, custeando o valor das inscrições, cerca de R$ 1.350,00 por competidor (Foto/Divulgação)
Quatro estudantes da Escola Estadual Frei Leopoldo de Castelnuovo, em Uberaba, conquistaram medalha de prata na Jornada de Foguetes 2025, competição nacional da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA). A etapa classificatória garantiu a viagem dos alunos ao Rio de Janeiro, onde participaram de oficinas, palestras e lançamentos de foguetes caseiros.
Durante a Jornada de Foguetes, os alunos Mariah Edwardah Roberto Serqueira, Mateus Alves Santos, Elias Oliveira Serqueira Filho e Thalysson Magalhães Queiroz participaram de lançamentos e oficinas que incluíam foguetes com motores de bicarbonato de sódio e vinagre e foguetes de propulsão sólida. Denilson Facioli, professor de física, destacou que, em Uberaba, a prática dessas competições ainda não é comum, mas o interesse de seus alunos o motivou a inscrição no evento, que nesta edição contou com mais de 1,6 milhão de participantes de todo o país. Desses, cerca de 400 mil participaram da fase de lançamentos.
“Todas as escolas, públicas e particulares, podem participar da OBAFOG (Olimpíada Brasileira de Foguetes), e os alunos são divididos por níveis. Do Nível 1 ao 3 participam estudantes do ensino fundamental, enquanto os níveis 4, 5 e 6 são destinados ao ensino médio. Nossa equipe competiu no Nível 4, utilizando foguetes de bicarbonato de sódio e vinagre, enfrentando alunos de escolas estaduais, particulares e institutos federais de todo o país”, explicou.
Com a inscrição de quatro estudantes, entre 18 e 19 anos, foram formadas duas equipes, cada uma utilizando sua própria base de lançamento. Essa estratégia permitiu que ambos os grupos competissem de forma eficiente e conquistassem medalhas de prata na jornada nacional, com ótimas pontuações. A equipe 54, composta por Mariah Serqueira e Mateus Santos, alcançou 170,8 metros com o foguete. Já a equipe 55, de Elias Filho e Thalysson Queiroz, chegou a 183,5 metros. Denilson ressaltou ainda o esforço e o aprendizado dos alunos.
“É uma grande alegria, porque os alunos se dedicaram muito, fizeram todo o trabalho e correram atrás. Ver eles atuando como cientistas e engenheiros, buscando soluções para imprevistos, é algo especial. Eles não desistiram, e para mim, isso representa a maturidade que estão adquirindo para lidar com situações da vida. Não se trata apenas de foguetes”, contou Denilson.
Os alunos também enalteceram a oportunidade de trazerem medalha de volta a Uberaba. “Desde as primeiras oficinas e atividades foi possível perceber o quanto o evento valorizava o conhecimento prático e a troca de ideias. Cada oficina foi uma oportunidade de aprimorar nosso projeto e de compreender a complexidade e a beleza da astronomia, física e astronáutica”, disse ao JM o aluno Thalysson Queiroz.
Nesse mesmo sentido, Mariah Serqueira classifica como sensação muito boa e única o vice-campeonato. “Nunca imaginei que meu primeiro campeonato nacional eu seria vice-campeã. A sensação foi muito boa e única. Espero que futuramente, outros alunos peguem nosso exemplo e participem dessa experiência”, afirmou.
Elias Filho também revelou ter tido “a melhor sensação do mundo” ganhar uma medalha representando sua escola e seu estado em uma competição nacional. A realização pessoal igualmente foi enaltecida por Mateus Santos, que aproveitou para agradecer o apoio e a confiança de todos nas equipes. “Foi um momento de muito aprendizado, trabalho em equipe e também de realização pessoal. Agradeço a todos por acreditarem e confiarem na nossa equipe”, disse.
A inscrição dos alunos na jornada contou com apoio da Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG), que possibilitou a participação, custeando o valor das inscrições, cerca de R$ 1.350,00 por competidor. Para ampliar e melhorar a participação na próxima edição, Denilson agora desenvolve um projeto de extensão, junto a alunos e professores dos cursos de física, matemática e engenharia da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), que deve garantir mais recursos e possibilitar a formação de equipes ainda melhores nas próximas competições.