A violência na cidade de Uberaba continua assustando, preocupando e causando discussão
A violência na cidade de Uberaba continua assustando, preocupando e causando discussão. Enquanto a sociedade cobra mais atenção do poder público, polícias e Judiciário, as autoridades entendem que deve haver maior cooperação da comunidade no combate ao crime.
Dados da Polícia Civil mostram que o número de homicídios em 2009, 51 até agora – o último ocorrido no dia 2, quando três homens foram assassinados no bairro Valim de Mello –, já é maior do que os 43 registrados em todo o ano passado. Para Wellington Cardoso, secretário executivo do Conselho de Segurança Pública de Uberaba, a violência não está restrita somente a Uberaba, porém incomoda, sobretudo aqueles que dela experimentam.
De outro lado, ele associa a violência à falta de investimentos em políticas sociais, educação, cultura e preparo adequado no policiamento, para que o mesmo seja eficiente. “Deve ficar claro que o tema envolve a própria sociedade, a qual deve se resolver de uma forma mais afirmativa e ser parceira das polícias e poder público”, diz, lembrando que o alto poder destrutivo das drogas lhe causa preocupação. “Presenciamos essa destruição sem que assistamos qualquer reação por parte da sociedade ou poderes públicos, quer seja uma ação mais objetiva na repressão aos traficantes, quer seja na assistência ao dependente químico”, completa.
De outro lado, o comandante do 4º Batalhão de Polícia Militar, tenente-coronel Sidney Araújo, lembra que os métodos de levantamento de estatísticas da PM é diferente do utilizado pela Polícia Civil. No caso da PM, são contados os crimes em que as vítimas morrem no momento em que foi praticado o assassinato. Dessa forma, de acordo com a Polícia Militar, aconteceram 27 homicídios em 2009, cinco a mais do que no ano passado e bem abaixo dos 62 consumados em 2007. “Atuamos no pré-crime e no crime. No entanto, os números nos incomodam, logicamente. Estamos falando em vidas e não apenas em estatísticas”, afirma, dizendo crer, ainda que empiricamente, que a grande maioria dos casos está ligada ao tráfico de entorpecentes. “Temos trabalhado em operações de desarmamento e de prevenção, com patrulhamentos intensos em toda cidade, inclusive nas periferias e regiões consideradas de risco. Ainda assim, a participação da população precisa ser maior. Sem este apoio, o combate ao crime é ainda mais dificultado”, lembra.
O delegado regional da Polícia Civil, Francisco Gouvêa, não foi localizado para comentar o assunto.
Colaboração. Quem deseja fazer uma denúncia basta ligar para o número 181, sendo que os dados do denunciante são mantidos em absoluto sigilo.