Hospital das Crianças tem demanda acentuada e longas filas

Pais de pacientes que esperavam atendimento nesta segunda-feira no Hospital das Crianças estavam revoltados com a demora. Ilma Maria de Oliveira conta que estava tentando atendimento para o sobrinho e a informação no hospital era de que não tinha previsão de atender. Ela alega que os adultos até aguentam a espera, dependendo do caso, mas as crianças não têm resistência. Ela conta que chegou no meio da manhã, mas tinham pessoas que estavam lá há mais tempo e dentro do hospital estava lotado. “Se continuar a demora, eu vou levar essa criança na porta do prefeito. Já chegam as pessoas que estão morrendo esperando no SUS”, diz.

A coordenadora clínica do Hospital das Crianças, Ana Paula Bossi, afirma que nesta época começam mesmo as reclamações, porque a demanda é maior. No entanto, ela afirma que o hospital continua trabalhando com três médicas, o número normal para o local. “Atendemos entre 80 e 100 crianças por dia. Agora ainda está bom, a partir de março, começamos a atender 200 por dia”, alerta.

Isso porque a dificuldade do hospital é atender a demanda que seria de postos de saúde, como ela orienta: “deixamos de atender uma criança mais grave, para atender aquelas que têm prisão de ventre desde que nasceu ou uma tosse há um mês”. Ana Paula ainda ressalta que até o atendimento particular passa a ter demora de uma hora em média, devido à demanda alta centralizada no Hospital das Crianças.

A Prefeitura Municipal de Uberaba informou que todas as 25 Unidades Básicas de Saúde urbanas têm cobertura de pediatria. Mesmo assim, o atendimento é feito conforme a demanda. Nas unidades onde são feitas mais consultas, os pediatras comparecem cinco vezes por semana e nas que não têm tanta necessidade, o pediatra comparece duas ou três vezes. O posto de saúde do Valim de Melo, recentemente, teve problemas no atendimento devido a um pedido de exoneração de uma das pediatras da unidade. A prefeitura informou que já está fazendo processo seletivo para substituição da vaga. A orientação é para que as pessoas procurem as Unidades Básicas de Saúde para agendar consultas.