A juíza da 7ª Vara Federal do Ceará, Carla de Almeida Miranda Maia, acatou o argumento do Ministério Público
A juíza da 7ª Vara Federal do Ceará, Carla de Almeida Miranda Maia, acatou o argumento do Ministério Público Federal do Estado (MPF-CE) e determinou a imediata suspensão do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2010 até posterior deliberação. A decisão tem efeito em todo o Brasil. Segundo o MPF-CE, a juíza acatou o argumento de que o erro na impressão do caderno de provas causou prejuízo para os candidatos.
A aplicação do Enem no fim de semana foi marcada por dois erros: um nos cartões de resposta e outro em parte dos cadernos de perguntas. Os problemas causaram confusões e reclamações de muitos estudantes, que afirmam não ter recebido orientações sobre as falhas nos locais de prova.
A primeira confusão aconteceu porque, para evitar cola, o Enem tem quatro versões de prova: amarelo, azul, rosa e branco. As questões são as mesmas, o que varia é a ordem. Em milhares de casos, por um erro no encarte, folhas do caderno de prova amarelo estavam misturadas com folhas da prova branca. Com isso, estudantes se depararam com questões repetidas ou ausentes.
O outro problema está relacionado com a folha para marcar as respostas. Embora os números das 90 questões no caderno de prova e no cartão coincidissem, havia discrepância no cabeçalho do gabarito. As 45 questões de ciências humanas estavam sob a tarja ciências da natureza e vice-versa, o que causou dúvidas.
O presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), Joaquim José Soares Neto, já havia cogitado a possibilidade de realizar um novo exame para as pessoas afetadas pelos erros na prova. Essa hipótese, porém, foi rechaçada pelo MPF-CE por ferir os princípios de igualdade dos concursos públicos.
Em Uberaba, mesmo depois de toda repercussão, ainda não há informações especificas de quantos alunos tiveram problemas com o teste.
Os dados da coordenação do exame mostram que aproximadamente sete mil candidatos participaram do Enem, a prova foi aplicada em doze locais diferentes. Um aluno, que prefere não se identificar, fez o exame na Escola Estadual Marechal Humberto A. Castelo Branco e afirma que no primeiro dia de prova o caderno de questões era amarelo e apresentava problemas com gabarito. “Logo que eu informei ao fiscal, minha prova foi trocada por outro caderno amarelo, só que sem problemas. E mais dois candidatos tiveram o mesmo problema na minha sala”, ressalta.
A reportagem do Jornal da Manhã entrou em contato com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), mas não houve resposta quanto ao posicionamento da instituição.