Eles farão parte da próxima exposição planejada pelo Museu dos Dinossauros, hoje controlado pela UFTM
Quase três toneladas de troncos petrificados de árvores que datam de 280 milhões de anos vindos do Tocantins, Maranhão e Piauí chegaram a Peirópolis, nesta segunda-feira. Eles farão parte da próxima exposição planejada pelo Museu dos Dinossauros, hoje controlado pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM).
Segundo o diretor do Museu, Luiz Carlos Borges Ribeiro, os exemplares são antigas samambaias gigantes que perderam sua composição orgânica e se transformaram em rochas. “Reconhecemos pelos menos três tipos, mas a probabilidade é ter mais. São psaronius, os primeiros fósseis vegetais descritos no Brasil, tieteia singularis e coníferas do tipo dadoxylon. Não sabemos se podemos encontrar tipos novos, a possibilidade é rara, mas não será descartada”, afirma o pesquisador.
Trazidos ao município através do Programa de Monitoramento e Salvamento Paleontológico desenvolvido pela Rede de Paleontologia de Uberaba e UFTM, o material é resultante de operação de quase um ano em obra de linhas de transmissão elétrica com mais de 700 km, entre as cidades de Colinas e São João do Piauí.
Os exemplares farão parte da lista de fósseis que já compõem o museu, mas Luiz Carlos já pensa na possibilidade de criar kits científicos com fósseis excedentes. “Como já temos muitos fósseis e nem todos têm importância para estudo científico, vamos doar kits para as escolas terem material prático para as aulas de ciências e geografia. O objetivo é incentivar e promover o conhecimento dos jovens”, revela.
O material encontrado vai passar por análise para integrar a exposição de animais e plantas que viveram no planeta a milhões de anos. A mostra “Fósseis do Brasil” pretende recriar com detalhes, cenários de milhões de anos, para mostrar que aquela região de caatinga e cerrado era abundante em plantas. “Vamos poder reconstruir a região, o que vai possibilitar uma viagem ao tempo geológico”, completa Ribeiro.