Proteção de crianças na era digital: escolas e famílias têm papel central, alerta psicólogo

Em um cenário em que denúncias sobre exploração e exposição de menores nas redes sociais ganham cada vez mais visibilidade, o psicólogo Sérgio Marçal destaca que escolas e famílias têm papel central na orientação de crianças e adolescentes. Ele ressalta que, assim como já acontece com a educação socioemocional, é possível ensinar aos jovens a se proteger, preservar limites, usar a internet de forma consciente e desenvolver respeito próprio, de forma preventiva e educativa. 

Em entrevista à Rádio JM, Marçal observou que as escolas, enquanto espaços sociais de grande alcance, podem influenciar positivamente a formação das crianças. Ele comparou essa influência com campanhas de conscientização já presentes no cotidiano escolar, como prevenção à dengue ou educação no trânsito, nas quais os alunos se tornam multiplicadores de boas práticas. "Do mesmo modo, incluir a educação digital, sobre não se expor e preservar limites, é uma grande contribuição que as escolas podem trazer para a sociedade", explica. 

Denúncias recentes, como a do influencer Felca sobre abusos e exposição de crianças, reforçam a necessidade de orientação e supervisão. O alerta se estende aos cuidados específicos na publicação de fotos de crianças nas redes sociais, especialmente imagens em biquíni ou de pé em ambientes públicos, que podem ser manipuladas por inteligência artificial. "Não é para gerar paranoia, mas é preciso estar atento e equilibrado", afirma. 

A educação sexual é outra ferramenta essencial para a formação de consciência das crianças. Marçal explicou que é importante trabalhar a preservação do próprio corpo desde cedo, utilizando metodologias lúdicas e adequadas à faixa etária, para prevenir exploração e abuso. Ele reforçou que relacionamentos saudáveis e respeito próprio devem ser ensinados sem estigmas ou tabus. 

O psicólogo concluiu que o debate sobre proteção infantil e uso consciente da internet é contínuo e essencial. "A informação chega muito rápido e precisamos filtrar, analisar e nos posicionar no mundo. Educação libertadora, consciência de limites e equilíbrio são a chave para uma vida saudável e segura para nossas crianças", finaliza. 

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