“Chegou pra mim já muito fraca, toda machucada. Tinha uma ferida na perna dela que estava muito infeccionada. É um absurdo ela ter ficado nesse estado tendo ido para um local público”, disse a protetora (Foto/Reprodução)
A morte de uma mula resgatada e abrigada no Horto Municipal de Uberaba foi alvo de reclamação. Batizada de Catarina, a mula foi resgatada passou quatro meses sob os cuidados do Município, até ser adotada por uma protetora. Contudo, ela denuncia que o animal sofreu maus-tratos durante tutela municipal, uma vez que foi recebido machucado e com grave infecção. A versão é negada pela Superintendência de Bem-Estar Animal, que informou ao Jornal da Manhã que a mula foi devidamente tratada e alimentada durante o período em que esteve abrigada.
De acordo com o relato da protetora que assumiu a guarda do animal, Catarina permaneceu cerca de quatro meses no Horto Municipal. Ao ser acolhida, a mula estava extremamente debilitada, com ferimentos visíveis e uma infecção grave em uma das patas. “Chegou pra mim já muito fraca, toda machucada. Tinha uma ferida na perna dela que estava muito infeccionada. É um absurdo ela ter ficado nesse estado tendo ido para um local público. Se ela tivesse sido resgatada nessas condições, ok. Mas quatro meses sendo tratada no Horto e sair tão debilitada assim, só pode ser maus-tratos”, concluiu a protetora.
Após a adoção, protetora iniciou o tratamento da mula. No entanto, o estado da mula exigia internação veterinária e medicação contínua, o que motivou a solicitação de apoio da Superintendência de Bem-Estar Animal. Conforme relato da protetora, mesmo sendo um caso de urgência, foi informada de que o atendimento dependeria de vaga e seguiria uma fila de espera. O animal não resistiu e, após o óbito, a protetora solicitou à administração municipal um caminhão para remover o corpo do animal, mas não foi atendida.
Em nota enviada ao Jornal da Manhã, a Superintendência de Bem-Estar Animal negou qualquer negligência, afirmando que não há registros de maus-tratos antes da recolha do animal e nem durante o período em que a mula esteve sob os cuidados do Município. “Em casos de suspeita de maus-tratos, o animal passa por avaliação clínica e laudo emitido pela equipe veterinária do Hospital Veterinário da Uniube (HVU). Quando há identificação de responsáveis, estes respondem legalmente pelos danos causados”, explicou.
O órgão acrescentou que o Horto Municipal oferece abrigo temporário a animais de grande porte até que o proprietário se apresente ou um responsável assuma os cuidados. “Durante sua permanência no local, o animal recebe cuidados adequados, sendo alimentado com capim e ração diariamente. A ração é própria para equinos e é fornecida por meio de parceria com o Ministério Público”, ressaltou a pasta.
A Superintendência declarou ainda que a mula Catarina foi adotada e retirada do Horto pela protetora na primeira quinzena de junho, na condição de adoção voluntária, mediante termo de responsabilidade, e desde então passou a ser de responsabilidade exclusiva da nova tutora, que assumiu os cuidados e obrigações integralmente. “Ao assumir a guarda do animal, a protetora também se tornou responsável por providenciar o destino adequado do corpo em caso de óbito”, finaliza a nota de posicionamento.