Os casos monitorados envolvem tanto vítimas quanto autores de comportamentos violentos ou alarmantes (Foto/Reprodução)
Ao menos 15 menores estão em acompanhamento no protocolo de prevenção à violência nas escolas em Uberaba. A informação é da referência técnica em Vigilância das Violências, Raissa Mazeti. A medida faz parte de uma ação coordenada por uma comissão formada por diversos órgãos, que busca garantir respostas rápidas e eficazes diante de situações de risco no ambiente escolar.
Segundo Raissa, os casos monitorados envolvem tanto vítimas quanto autores de comportamentos violentos ou alarmantes. O trabalho da comissão inclui a análise do contexto em que cada situação ocorre, além do monitoramento do núcleo familiar dos estudantes. “Não se trata apenas de aplicar medidas punitivas. A prioridade é o cuidado, o entendimento da realidade daquela criança ou adolescente e o fortalecimento da rede de proteção”, explicou.
O protocolo adotado pelo município, baseado em diretrizes da Unicef e do Ministério Público de Minas Gerais, classifica as ocorrências em duas categorias: preocupantes e emergenciais. Casos emergenciais, como ameaças com objetos cortantes dentro da escola, exigem acionamento imediato da polícia, contato com os responsáveis e, se necessário, com o Conselho Tutelar. Já as situações preocupantes incluem comportamentos que indicam risco, como falas ameaçadoras ou desenhos violentos.
As notificações são feitas pela escola à Vigilância Epidemiológica, ao Conselho Tutelar e às secretarias de Educação (municipal ou estadual). A partir disso, a Comissão de Prevenção e Proteção da Violência Escolar passa a acompanhar o caso e definir os encaminhamentos necessários, como atendimentos psicossociais, assistência social ou acompanhamento médico. “Cada caso é tratado individualmente, com base no que é mais adequado para a criança ou adolescente envolvido”, disse Raissa.
Além de promover o acompanhamento efetivo, o protocolo também permite a coleta de dados sobre violência nas escolas de Uberaba — algo inédito até então. Esses dados serão usados para diagnóstico da situação local e para a formulação de políticas públicas voltadas à prevenção. “Com informação, podemos agir de forma mais estratégica e assertiva”, destacou a especialista.
A comissão é composta por representantes de órgãos como Polícia Militar, Polícia Civil, Ministério Público, Judiciário, Conselho Tutelar, Secretaria de Saúde, Educação, Desenvolvimento Social, escolas particulares, entre outros. O objetivo é fortalecer a atuação integrada e garantir que, ao primeiro sinal de alerta, a rede possa agir de forma rápida, humanizada e preventiva.