Sindicato das Indústrias de Calçados e Acessórios de Uberaba inovou na destinação dos resíduos das matérias-primas utilizadas nas produções das empresas do setor. Desde outubro, estes elementos têm sido reaproveitados, inclusive com a aprovação da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), em relação à metodologia empregada.
Alexandra Pereira Maciel, presidente do Sindicato das Indústrias de Calçados e Acessórios de Uberaba, explica que até o meio deste ano, estes resíduos eram recolhidos pela empresa contratada pela Prefeitura Municipal para fazer a coleta de lixo. “Eles iam parar no aterro sanitário. Mas esta obrigação não era da Prefeitura e, por isso, ela interrompeu este trabalho feito junto às empresas de nosso segmento. E a Secretaria Municipal de Infraestrutura concedeu prazo de dois meses e meio, a partir do final de julho, para encontrarmos outra solução para esta destinação.”
Também de acordo com Alexandra, inicialmente, o caminho encontrado foi armazenar os resíduos dentro das próprias indústrias, mas esta ação enfrentava muitas dificuldades. “Uma parte dos resíduos não podia ficar e tinha que ir para o aterro sanitário de Betim, pois o de Uberaba não comportava determinados produtos. Além disso, tínhamos que utilizar uma transportadora credenciada pela Feam para fazer a destinação, o que aumentava custos e impunha cada vez mais obstáculos”, lembra.
Alexandra revela que durante a busca de soluções para esta situação, ela e outros representantes do sindicato descobriram uma empresa instalada no Distrito Industrial III, que conta com um procedimento para promover a separação dos resíduos e o seu reaproveitamento.
“Uma pesquisadora de Franca (SP) cedeu a esta empresa a patente de uma descoberta importante. Ela desenvolveu uma enzima capaz de, entre os resíduos, separar o cromo utilizado na produção do couro, levá-lo a um tratamento e reutilizá-lo no curtimento de novos artigos de couro. Já os outros produtos químicos são transformados em adubo”, informa.
Alexandra afirma que nove das 60 indústrias associadas ao sindicato já aderiram a este novo processo de destinação. “Foi uma solução ecologicamente correta e, temos o certificado da Feam atestando que este procedimento não traz riscos e atende às suas exigências. Vamos propor às empresas do setor a implantação de um selo nos artigos de couro. Ele será um indicativo de nossa preocupação com o meio ambiente”, conclui.