A crise econômica desencadeada em 2008 refletiu negativamente no mercado de cosméticos e beleza de Uberaba. As informações são do presidente do Sindicato dos Institutos de Beleza e Salões de Cabeleireiros e Profissionais Autônomos do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, João Barbosa Siqueira. De acordo com ele, todo o setor de serviços tem sofrido achatamento de preços e diminuição na demanda de público. “Atualmente, o carro-chefe dos salões de beleza são os tratamentos alisantes de cabelo. No entanto, como a crise pegou em cheio a classe média brasileira, essas pessoas passaram a comprar os produtos em lojas e realizar o tratamento por conta própria para economizar”, afirma o presidente, que alerta ainda para uma ação já difundida indiscriminadamente entre os revendedores de cosméticos da cidade. “Esses produtos alisantes são repassados às lojas sob a orientação de ser vendidos somente para profissionais, mas hoje em dia qualquer pessoa pode comprá-los e utilizá-los como lhe convier”, diz. Para João Barbosa, se a orientação de uso não for seguida, pode haver problemas alérgicos e, inclusive, tóxicos. Nas lojas. A alternativa encontrada pelos estabelecimentos comerciais para driblar a crise foi investir em linhas de produtos destinadas a públicos que, antes, passavam longe das lojas de cosméticos e perfumarias. Segundo Marcos Constâncio da Silva, gerente de uma rede especializada em produtos de beleza, a abertura do mercado para esse novo tipo de consumidor amorteceu os efeitos da crise no setor. “Os preços aumentaram muito em função da dificuldade em se conseguir matéria-prima importada e, com isso, tivemos que repassar esse aumento para o consumidor, o que acabou abalando as vendas. Em compensação, a abertura do mercado para as crianças e, principalmente, para os homens, compensou e até alavancou as vendas”, explica. De acordo com o gerente, o produto mais vendido para mulheres e homens é o alisante de cabelo, que contém formol e é utilizado para fazer a escova progressiva.