Somente em agosto, queimadas causam 122 interrupções de energia no Triângulo Mineiro

A Cemig registrou cerca de 122 ocorrências de interrupção de energia causadas por queimadas no Triângulo Mineiro, somente no mês de agosto. Segundo a concessionária, quase 120 mil clientes tiveram o fornecimento de energia prejudicado devido aos problemas decorrentes dos incêndios.

Conforme a companhia, comparado ao mesmo período do ano passado, houve um crescimento de 3.600%, quando 3.275 unidades consumidoras tiveram o serviço interrompido por incêndios em 2023. Além das ocorrências residenciais, Uberaba registrou dois casos em que a distribuição de água foi afetada. 

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Na sexta-feira (13), a BR-050 foi interditada no km 165, em ambos os sentidos, devido à queda de um fio de alta tensão, causada por um incêndio às margens da rodovia. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), os condutores precisaram aguardar por duas horas até que o problema fosse solucionado pelas equipes da Cemig. Ainda no domingo (15), o trecho voltou a ser interditado para a inserção de nova fiação. 

Outro prejuízo foi a falta de água em diversos bairros da cidade após um incêndio na região da transposição de água do rio Claro para o rio Uberaba, que abastece a cidade neste período de seca. Segundo a Codau, foram realizados três reparos até que as equipes da Cemig descobrissem o rompimento na linha de abastecimento de energia que causava o prejuízo. Ao todo, foram 30 horas de interrupção no fornecimento de água, que gera desabastecimento até o momento. O presidente da autarquia municipal, Rui Ramos, aponta que deve levar entre dois e três dias para recuperar os níveis dos Centros de Reservação. 

Em relação ao estado de Minas Gerais, os números apontam um crescimento de 64% nas ocorrências entre janeiro e julho, comparado ao mesmo período do ano passado. Em 2023, a companhia registrou quase 55 mil unidades consumidoras afetadas em 112 incidentes provocados por incêndios até o sétimo mês. Neste ano, o número já ultrapassa 205 mil clientes em 184 ocorrências no sistema elétrico da Cemig. 

O engenheiro de Sustentabilidade da Cemig, Demetrio Aguiar, explica como as queimadas prejudicam o sistema elétrico da companhia e causam interrupções no fornecimento de energia para os clientes. 

“As chamas danificam equipamentos – como postes, cabos e torres – e tornam o restabelecimento do serviço mais demorado, o que pode trazer transtornos para os clientes das distribuidoras. Além disso, o alto volume de fumaça pode trazer sérios danos à saúde, principalmente nesta época do ano, em que doenças respiratórias são mais comuns. As pessoas precisam se conscientizar dos impactos causados por suas ações, pensar de forma coletiva e evitar o início de focos de incêndio que podem tomar grandes proporções e causar muitos estragos”, afirma Aguiar. 

Além disso, normalmente as queimadas ocorrem em locais de difícil acesso, o que complica o trabalho das equipes de manutenção da companhia, dificultando o restabelecimento do serviço à população.

“Um dos maiores desafios para as equipes de campo é chegar ao local da ocorrência para fazer o reparo. Normalmente, são locais de difícil acesso e em áreas rurais muito amplas. Além disso, levar estruturas pesadas, como torres e postes, a áreas acidentadas torna ainda mais complexa a manutenção das redes danificadas pelas queimadas”, explica Aguiar. 

Reservatórios

As usinas da Cemig na região do Triângulo que possuem reservatórios de acumulação são: Nova Ponte e Emborcação. De acordo com a concessionária, o reservatório da Usina de Nova Ponte, no rio Araguari, está com 55,32% de seu volume útil. Já a Usina de Emborcação, localizada no rio Paranaíba, apresenta atualmente 52,23% de volume útil.

A Cemig salienta, no entanto, que a energia consumida em Minas Gerais não é gerada apenas nesses reservatórios, mas sim nas usinas de todo o país, através do Sistema Interligado Nacional, que atua no intercâmbio energético entre os diversos estados do Brasil, com exceção de Roraima.