Os 156 ex-funcionários da empresa Adserv, antiga prestadora dos serviços de limpeza do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo (UFTM), continuam impossibilitados de receber os valores referentes aos salários e rescisões contratuais.
Segundo o presidente do Sindicato dos Empregados do Comércio Hoteleiro e Similares de Uberaba, Milton Ferreira do Amaral, que responde pela categoria de trabalhadores, a Universidade rescindiu o contrato com a Adserv no mês de março devido, principalmente, a atrasos frequentes no pagamento mensal dos funcionários. A estimativa de Milton é a de que, somando-se acertos salariais, verbas rescisórias e débitos sindicais, a dívida total da companhia atinge aproximadamente R$ 400 mil. “Mas a nossa prioridade é fazer com que os trabalhadores sejam pagos em 1º lugar”, afirma.
O caso já foi julgado na 1ª Vara do Trabalho de Uberaba e sentença proferida no dia 25 de junho foi favorável aos trabalhadores. Para Milton, não há dúvidas de que os ex-funcionários terão acesso ao dinheiro, entretanto, até que todos os recursos sejam julgados, não há expectativa quanto à liberação dos valores. “Tanto Universidade quanto empresa recorreram da 1ª sentença e ainda cabem interposições de recursos no Tribunal Regional do Trabalho e Tribunal Superior do Trabalho. Não temos ideia de quando todos estarão esgotados”, afirma.
Entre alguns trabalhadores, como a faxineira Gleice Ferreira, o clima é de tensão e revolta. Depois de quatro meses, desde que o contrato com a Adserv foi rompido, ela sobrevive através de serviços de limpeza esporádicos que realiza. “O que dá raiva é saber que o dinheiro é nosso, mas não podemos pegá-lo. É como se tivéssemos trabalhado de graça”, resume. A estimativa da ex- funcionária é a de que tenha mais de R$ 6 mil para receber da companhia.