Presidida por Thaís Vila, entidade planeja advogada no sindicato, parcerias com psicólogos e ampliação de convênios para cuidar da saúde física e mental da categoria
Após vencer eleição apertada, a professora Thaís Villa assume nesta semana o Sindicato dos Educadores do Município de Uberaba (Sindemu) tendo o enfrentamento ao assédio moral como uma das prioridades da gestão. Ao JM News, da Rádio JM, a líder sindicalista anunciou a contratação de uma advogada para atendimento no sindicato, parcerias com psicólogos e convênios com espaços de lazer e atividades físicas como também medidas a serem implementadas pela nova gestão.
Thaís destacou que os casos de assédio dentro da categoria são recorrentes e que a situação ganhou ainda mais relevância nos últimos anos. Ela pontua que entre 2021 e 2025, foram registrados 66 processos relacionados ao tema, mas apenas dois tiveram alguma resolução. A presidente relembrou que também foi vítima de assédio, após ser penalizada em um PAD por levar um cartaz em uma reinauguração escolar.
A sindicalista reforçou que os assédios não partem apenas da administração central da Secretaria Municipal de Educação (Semed), mas também ocorrem no cotidiano das escolas, envolvendo diretores, coordenadores e até colegas de trabalho. “É um problema que impacta diretamente a saúde mental dos professores. Nunca tivemos tantas professoras e professores afastados em virtude de questões ligadas à saúde mental”, disse.
Para enfrentar a situação, a nova gestão anunciou a intenção de firmar contrato com uma advogada que deverá atuar duas vezes por semana no sindicato, orientando os servidores e, quando necessário, levando os casos à Justiça do Trabalho ou à Justiça Estadual. Além disso, a diretoria pretende estabelecer parcerias com psicólogos e ampliar convênios com espaços de lazer e atividades físicas, a fim de oferecer alternativas de cuidado e bem-estar para os servidores. “Queremos dar o suporte jurídico e psicológico necessário para que o professor ou professora não se sinta sozinho diante de um processo de assédio”, afirmou a presidente.
Apesar de o município oferecer atendimento psicológico e assistentes sociais por meio da Seção de Medicina e Segurança do Trabalho (Semetra), Thaís e a vice-presidente do Sindemu, Andréa Garcia, avaliam que os recursos são insuficientes. Segundo elas, não há dados consolidados sobre o número de profissionais afastados e os convênios de saúde limitam as sessões de psicoterapia a apenas dez por prescrição, o que acaba revitimizando os trabalhadores. “O enfrentamento ao assédio é uma questão fundamental e vamos trabalhar para que nossos profissionais tenham o apoio necessário”, concluiu.
Em votação apertada, realizada após um longo impasse jurídico, Thaís Villa foi eleita presidente do Sindemu com 333 votos, contra 315 obtidos por Wellington Félix Cornélio, o Zuzu, e 258 do ex-presidente da entidade, Adislau Leite. A apuração aconteceu na sede do sindicato na sexta-feira (12), com acompanhamento das três chapas concorrentes.