Uberaba: Saúde alerta para baixa adesão ao HPV e reforça vacinação na idade certa

A adesão à vacina contra o HPV preocupa a Saúde de Uberaba. Segundo a coordenadora da Central de Vacinas, Priscilla Amaral, embora a cobertura vacinal entre meninas esteja em torno de 82%, entre os meninos o índice cai para 68%, número considerado abaixo do ideal. A cobertura entre os mais jovens é ainda menor, com apenas 33% dos meninos de 9 anos vacinados contra o HPV. 

“Infelizmente a adesão continua baixa. Quando não há imunização suficiente, a doença tende a aparecer, e sabemos que o HPV está associado, no futuro, a diversos tipos de câncer. Por isso é fundamental vacinar na idade correta”, destacou Priscilla, em entrevista ao JM. 

A coordenadora explica que a baixa procura ainda pode estar relacionada a resistências e preconceitos antigos. “Infelizmente, pessoas ainda associam a vacina do HPV com estímulo para início das atividades sexuais precoces. Mas é justamente a fase em que a criança ou adolescente deve se imunizar para garantir a proteção futura. E é um estigma que traz problemas para a adesão”, completou. 

O HPV é transmitido por meio de relações sexuais e é o principal causador do câncer de colo do útero em mulheres. Também está associado a cânceres em homens, como os de pênis, boca e orofaringe, além de provocar verrugas genitais. 

Para tentar reverter esse cenário, o Ministério da Saúde ampliou a faixa etária da vacinação. Até dezembro, jovens de 15 a 19 anos que não receberam a imunização poderão tomar a dose de forma gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A medida busca alcançar cerca de 7 milhões de adolescentes que perderam a oportunidade de se vacinar entre 9 e 14 anos, faixa etária original prevista no calendário. 

“É uma vacina ampliada há um tempo, para 9 a 19 anos. O Ministério da Saúde tirou uma dose, porque antes eram duas e agora é uma só. Foi feito um estudo que identificou que os índices estavam efetivos com dose única. Mas mesmo assim, para esse público. A cobertura com um total de meninas hoje tá em torno de 82% e meninos 68%. Para meninos de 9 anos, cai para 33%, e vai aumentando gradativamente. Mas, principalmente, de 15 a 19 anos, a gente não está tendo adesão necessária”, ressalta Amaral. 

Com pessoas imunocomprometidas, como pacientes com HIV, em tratamento contra o câncer, transplantados, usuários de PrEP ou vítimas de violência sexual, devem receber três doses, estendendo a faixa de cobertura até os 45 anos.