Capa do dia 27 de março de 2024 (Foto/Arquivo JM)
Março de 2024. Anfiteatro lotado de pessoas que vestiram a camisa em suas mais diferentes versões para a confirmação de que o sonho havia se tornado realidade: Uberaba se tornou oficialmente Geoparque. Um grande marco para a cidade, que comemora cada conquista como se fosse única. Mas só a chancela da Unesco não nos torna uma Terra de Gigantes. É preciso que o uberabense se sinta parte, dono e responsável por esse filho de todos nós.
Esse está entre os objetivos da Associação Geoparque, que tem a engajada Paula Cusinato à frente: envolver a população na operação e fortalecer o sentimento de pertencimento. “Hoje já tem muito mais gente falando, querendo entender e trabalhar o Geoparque. Eu vejo, por exemplo, as escolas. Na rede municipal, todas trabalham Geoparque na sala de aula. A Câmara dos Vereadores tem nos procurado, inclusive teremos uma audiência pública em agosto para apresentar um parâmetro do que nós já fizemos e do que ainda falta para a revalidação. A consciência e o interesse aumentaram bastante!”, comemora Paula.
O reconhecimento como Geoparque é recente, mas o processo que levou Uberaba à chancela internacional foi longo — e registrado passo a passo pelas páginas do Jornal da Manhã. Desde os primeiros movimentos da comunidade científica e da sociedade civil até o anúncio oficial da Unesco, o JM acompanhou e noticiou cada etapa dessa jornada, traduzindo para a população a importância de preservar, conhecer e valorizar o território onde vivemos.
Hoje, um dos avanços mais significativos é a presença de produtos com a marca do Geoparque. A associação fortaleceu a ideia de criar uma rede de parceiros para expor e vender os chamados geoprodutos, que são itens com identidade ligada ao território. “Hoje a Associação Geoparque conta com 135 associados, sendo 102 deles parceiros. São artesãos, confeiteiros, pequenos produtores, autônomos, que fazem produtos com a identidade do território, e isso acaba melhorando e fortalecendo a renda deles”, explica a presidente. O primeiro grande evento foi o Festival da Paz Chico Xavier, em abril.
Com pouco mais de um ano de chancela da Unesco, o desafio agora é ampliar o trabalho e aprofundar o vínculo com a comunidade. As ações físicas e culturais promovidas pela Prefeitura de Uberaba colaboram com esse processo, mas o verdadeiro motor dessa transformação está na vontade do uberabense de conhecer e valorizar sua história. E entender por que vivemos em uma Terra que é, sim, de Gigantes.
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