Na contramão da tendência observada nos grandes centros, que aponta para a substituição de empregadas domésticas por diaristas, o mercado de trabalho de Uberaba não aderiu à contratação dos serviços de limpeza de autônomos. De acordo com Luís Fernando Alves, diretor de Trabalho, Emprego e Renda da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo, não houve mudança substancial na oferta de empregos para empregadas domésticas na cidade. “Hoje temos sete vagas e esse número, mensalmente, apresenta pouca variação. Uberaba escapa da tendência lógica que observamos em outros locais. Talvez pelo aspecto cultural mais interiorano da cidade”, afirma. Embora a Justiça do Trabalho negue o reconhecimento de direitos domésticos a diaristas que atuem, no mínimo, três vezes por semana em uma residência, para Luís Fernando a ocupação deveria ser regulada por um contrato de trabalho, inclusive, com recolhimento de INSS. “A Previdência pode ser recolhida de três em três meses e é importante que o serviço não fique na informalidade”, explica. Em uma agência de empregos de Uberaba, que atua há mais de 20 anos no mercado, a funcionária Cássia Silveira da Mata observa a mesma situação. “Temos seis vagas atualmente e não há possibilidade, por enquanto, da substituição do serviço. A diarista ganha mais, mas todas as garantias oferecidas às empregadas pesam na hora de ofertar mão-de-obra”, conta.