O dia de ontem foi marcado por manifestações culturais em prol da democracia racial. Os festejos em torno do 13 de maio reuniram a comunidade negra e promoveu discussões relacionadas à liberdade e à exclusão.
Pela manhã, a concentração dos ternos de Congada e Moçambiques, Afoxé e Vilões aconteceu em frente a Unidade de Atenção ao Idoso, onde mais de 20 grupos apresentaram suas tradições ao público.
O general do terno de Moçambique, José Gabriel de Oliveira, explicou que é o responsável pelos outros integrantes e pela escolha das músicas. Ele lembrou que o costume ultrapassa as gerações e destacou a importância de manter a memória do negro viva. “Vem de pai para filho e estou dando prosseguimento a isso. O mais jovem do grupo tem 5 anos de idade. As minhas filhas são festeiras e quero continuar batalhando pelo 13 de maio, que para mim é data sagrada, consolidando a libertação do negro”, pontuou.
O presidente do Conselho Afro em Uberaba, Evaldo Alves Cardoso, o Saruca, destacou que a tradição tem se mantido por conta de trabalho com as crianças, e conscientização da comunidade negra, mas se manifestou ciente das dificuldades enfrentadas. “Na minha concepção é uma falsa liberdade, mas é necessário muito além de festa, uma reflexão, visto que o negro foi tirado da senzala, mas não lhe foram dadas condições de sobrevivência”, observou. Ainda de acordo com Saruca, o negro tem conquistado seu espaço. Entretanto, ainda assim, é preciso preservar a história, “pois um povo sem história não existe”.
A homenagem dos festeiros do 13 de maio chegou à Praça Santa Terezinha, no bairro Fabrício. A celebração contou com missa solene em louvor à data e a participação do Coral Cidade de Uberaba, da Fundação Cultural. Em seguida, aconteceu a saudação ao busto da Princesa Isabel, e à noite baile de gala no Clube Sírio Libanês, com a Orquestra Filadelphia.