NOVA ADMINISTRAÇÃO

Novo modelo de fair play expõe fragilidade das finanças do futebol brasileiro

Publicado em 02/09/2025 às 08:05
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Nem o Flamengo escapa do alerta do fair play financeiro (Foto/Arquivo)

Nem o Flamengo escapa do alerta do fair play financeiro (Foto/Arquivo)

O fair play financeiro começa a ganhar corpo no debate do futebol brasileiro. A ideia ainda não saiu do papel, mas já está em fase de análise junto à CBF e pode se transformar em realidade nos próximos anos, mexendo diretamente com a organização dos clubes da Série A.

Um estudo produzido pela Sports Value, obtido pela CNN, mostra que, caso a medida já estivesse em vigor, nove dos 20 clubes da elite teriam dificuldades para se enquadrar. Os critérios exigidos apontam para mudanças profundas na forma de administrar salários, contratações e dívidas.

O modelo avaliado trabalha com três pilares: limite para déficits, controle de despesas com futebol e teto para o endividamento. Nesse desenho, o déficit médio permitido nos últimos três anos seria de até R$ 20 milhões. Além disso, os clubes só poderiam destinar 73% da receita para folha salarial e transferências, mantendo o índice de dívida líquida em até duas vezes a receita anual.

Seguindo esses parâmetros, times de peso apareceriam em situação delicada. Atlético-MG, Bahia, Botafogo, Corinthians, Grêmio, Santos, São Paulo e Vasco sofreriam sanções imediatas, já que todos ultrapassaram o limite de prejuízo no período analisado.

Entre eles, cinco se destacam negativamente: Atlético-MG, Bahia, Botafogo, São Paulo e Vasco acumulam mais de R$ 100 milhões de déficit. O dado chama atenção porque quatro desses clubes são administrados como SAFs, modelo que, em tese, buscava equilíbrio financeiro.

No aspecto dos gastos, o cenário também preocupa. Até o Flamengo, considerado o clube mais sólido financeiramente no Brasil, extrapola: utiliza 74% da receita para salários e contratações, acima da margem de segurança.

Na comparação, outros apresentam números mais ajustados: Cuiabá (58%), Athletico (60%), Corinthians (68%), Palmeiras (68%) e Santos (73%) ainda ficariam dentro do limite estabelecido. O caso mais grave é o do Bahia, que chega a comprometer quase 150% da receita com despesas do futebol.

Outro ponto de alerta surge no índice de endividamento. Nesse recorte, Atlético-MG e Bahia novamente aparecem entre os mais pressionados, acompanhados por Corinthians e, de novo, o próprio Bahia, que acumula problemas em todos os indicadores.

A eventual implementação do fair play, portanto, exigiria ajustes severos. O sistema obrigaria clubes e SAFs a repensarem contratos, folha de pagamento e gestão de dívidas.

Mais do que uma medida administrativa, o modelo pode representar uma reviravolta na forma como os times se estruturam. Para alguns, significaria apenas adaptação; para outros, risco de sanções e restrições já no primeiro momento.

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