Toque entre Norris e Piastri marcou o GP de Singapura e deixou a festa da McLaren em segundo plano (Foto/Guido De Bortoli)
Logo na primeira volta do GP de Singapura, Lando Norris forçou uma ultrapassagem sobre o companheiro Oscar Piastri, tocando roda com roda e jogando o australiano para fora da pista.
O incidente, embora não tenha provocado danos graves, gerou irritação imediata nos boxes e transformou o 10º título mundial de Construtores da equipe em pano de fundo para um conflito interno.
Piastri, líder do campeonato com 336 pontos, mostrou indignação no rádio ao questionar se a direção da McLaren “estava confortável com Lando me empurrando para fora”.
Norris, terceiro colocado na corrida e segundo na classificação geral, respondeu com ironia após o pódio: “Se ele acha que foi demais, talvez não devesse estar na Fórmula 1”.
A direção de prova optou por não investigar o lance, o que aumentou a tensão. Zak Brown, chefe da equipe, tentou minimizar o atrito afirmando que “deixou os pilotos correrem”. Nos bastidores, porém, a falta de intervenção foi vista como sinal de que a rivalidade interna pode sair do controle.
Com a vitória de George Russell (Mercedes) e o segundo lugar de Max Verstappen (Red Bull), a McLaren garantiu matematicamente o título de Construtores, chegando a 650 pontos — o dobro da vice-líder Mercedes.
É a 10ª conquista da escuderia inglesa, que ultrapassa a Williams e fica a seis troféus da Ferrari.
Apesar do domínio, a queda de rendimento nas últimas provas e o aumento da tensão entre seus pilotos acendem o alerta em Woking.
Enquanto Norris reclama de preferências internas, Piastri tenta manter a cabeça fria para defender a vantagem de 22 pontos na liderança do campeonato.
A disputa promete esquentar ainda mais nas próximas etapas — principalmente nos Estados Unidos, onde Verstappen volta a sonhar com o penta. No fim das contas, a McLaren venceu o campeonato. Mas, dentro da equipe, ninguém parece disposto a comemorar junto.