Russell brilha em Singapura e McLaren confirma bicampeonato mundial de construtores

George Russell viveu um domingo perfeito nas ruas iluminadas de Marina Bay. O britânico da Mercedes venceu o Grande Prêmio de Singapura de Fórmula 1, consolidando um desempenho dominante do início ao fim da corrida e coroando o excelente momento da equipe alemã. Foi uma prova sem grandes sustos, marcada pela consistência e pela estratégia precisa de Russell, que soube controlar o ritmo e os pneus para garantir sua quinta vitória na categoria.

Largando na pole position, o piloto da Mercedes segurou o ímpeto de Max Verstappen, que tentou o ataque nas primeiras curvas, mas acabou contido. Lando Norris, com bom arranque, superou Oscar Piastri e Kimi Antonelli, colocando sua McLaren entre os líderes logo nas voltas iniciais.

Durante o primeiro trecho, Russell abriu vantagem confortável de mais de cinco segundos sobre Verstappen, enquanto Norris pressionava o holandês pela segunda posição. Piastri, irritado com o companheiro, reclamava no rádio após ser ultrapassado na largada, em um duelo que expôs a rivalidade interna da McLaren.

O brasileiro Gabriel Bortoleto teve jornada complicada. Largando da 14ª colocação, ele foi atingido pela Aston Martin de Lance Stroll, danificou o bico da Sauber e precisou parar ainda na 14ª volta para reparos, retornando em último.

A corrida manteve-se estável, sem acidentes ou entradas do safety car. Russell só perdeu a liderança no momento das paradas nos boxes, retomando-a rapidamente após o ciclo completo. A vantagem sobre Verstappen chegou a oito segundos na metade da prova. Norris, em grande ritmo, ultrapassou o tricampeão e assumiu o segundo lugar, ainda distante do líder.

Nos boxes, a estratégia das equipes foi decisiva. Verstappen antecipou sua troca e retornou em sétimo. Piastri e Norris, com pneus mais novos, ainda tentaram encurtar a diferença, mas o domínio da Mercedes era absoluto. Após 28 voltas, a ordem se restabeleceu: Russell na ponta, seguido por Verstappen e Norris.

Na reta final, a emoção veio da disputa pela vice-liderança. Norris pressionou o holandês até os metros finais, mas Verstappen resistiu bravamente, cruzando a linha apenas seis décimos à frente. A vitória de Russell, construída com frieza e precisão, confirmou o bom momento da Mercedes no campeonato.

Mesmo sem subir ao topo do pódio, a McLaren celebrou o bicampeonato do Mundial de Construtores, somando 650 pontos e assegurando o título com seis etapas de antecedência. Foi o primeiro bicampeonato consecutivo da escuderia desde o lendário período entre 1988 e 1991, quando Ayrton Senna e Alain Prost levaram a equipe a quatro conquistas seguidas.

O triunfo marca o décimo título mundial por equipes da McLaren, que agora está a seis troféus da rival Ferrari, recordista histórica com 16 campeonatos. A equipe britânica, contudo, enfrenta nova preocupação: administrar o clima tenso entre seus dois pilotos. Piastri e Norris seguem duelando pelo título individual, separados por apenas 22 pontos (336 a 314), enquanto Verstappen ainda aparece na briga, com 273.

Gabriel Bortoleto, por sua vez, terminou em 17º, uma volta atrás do líder. O brasileiro reconheceu o mau desempenho e prometeu reação na próxima etapa. “Faltou ritmo e tivemos azar no início, mas seguimos trabalhando para pontuar nos Estados Unidos”, declarou o piloto da Sauber.

Com o resultado, George Russell chegou a cinco vitórias na Fórmula 1, firmando-se como um dos principais nomes da nova geração. O britânico volta a acelerar no GP dos Estados Unidos, entre 17 e 19 de outubro, no Circuito das Américas, em Austin. A prova sprint está marcada para sábado, às 14h, e a corrida principal ocorre no domingo, às 16h, pelo horário de Brasília.

O fim de semana em Singapura reforçou a sensação de equilíbrio técnico entre as equipes e o domínio crescente da McLaren entre os construtores. E, com a disputa de pilotos ainda aberta, a reta final da temporada promete emoção até a bandeirada final.