A Federação Internacional de Futebol (Fifa) minimizou ontem a importância da atmosfera misteriosa em torno da Coréia do Norte nesta Copa do Mundo, mas lembrou a obrigação de realizar treinamentos liberados à imprensa.
"A obrigação das equipes é de pelo menos realizar uma sessão de treinamento pública. Depois, na véspera das partidas, as equipes têm que conceder uma entrevista coletiva à imprensa antes ou depois de seu treino oficial no estádio", lembrou o porta-voz da federação internacional.
"As equipes têm um compromisso com os meios de comunicação no dia de suas partidas, ao término do confronto", acrescentou o porta-voz.
Em seu primeiro contato com a imprensa internacional, a seleção da Coréia do Norte impediu, na segunda-feira, qualquer possibilidade de contato entre repórteres, jogadores e o treinador da seleção.
Na terça-feira, a estrela da equipe asiática, Jong Tae-Se, teve um breve encontro com a imprensa, de quinze minutos.
"Estamos orgulhosos, podemos vencer o Brasil. Todo mundo pensa que não podemos vencer esta partida, mas temos um grande coração e um grande espírito", disse o jogador antes de seu primeiro treino na África do Sul. A Coréia do Norte está no "grupo da morte", o G, junto com Costa do Marfim, Portugal e Brasil.
Reconhecimento. Tae-se Jong pode ser um nome pouco conhecido para muitos dos adeptos do futebol que são capazes de conhecê-lo por "Rooney da Coréia do Norte". Autor de dois gols no amistoso com a Grécia, Jong surpreendeu a todos há duas semanas quando afirmou que tinha o objetivo de marcar três gols por jogo. Agora, mantém a confiança.
"A Coréia do Norte é um mistério e ninguém sabe o que quer que seja sobre ela. Quero mudar a imagem da Coréia do Norte. Política e desporto são coisas totalmente diferentes", afirmou o atacante que cresceu vendo as imagens do Mundial: "Quando era pequeno queria ser como eles, surpreender o mundo".
Ficar no mesmo grupo de Brasil e Portugal pode ser ruim para os objetivos dos norte-coreanos, mas para Tae-se Jong é um sonh "É a oportunidade de poder jogar com Robinho e Kaká, jogadores que de outra forma só poderia ver através da televisão".