Especialista explica como o uso excessivo de telas e aplicativos tem reduzido o esforço mental e pode afetar memória, concentração e raciocínio
Cada vez mais dependente da tecnologia, a sociedade moderna tem reduzido os estímulos mentais que mantêm o cérebro ativo. Atividades simples, como memorizar números, trajetos ou fazer contas de cabeça, foram substituídas por telas e assistentes digitais — mudança que, segundo a neurologista Camila Batalha, enfraquece o exercício da memória e do raciocínio.
Para a médica especialista, essa mudança comportamental preocupa especialmente em relação às gerações mais jovens. “Antigamente, as pessoas precisavam buscar informações em livros, grifar textos e organizar resumos. Hoje, a tecnologia dá tudo mastigadinho, e isso reduz o estímulo ao cérebro”, explica.
A especialista observa que esse hábito pode ter efeitos a longo prazo no envelhecimento cognitivo. A redução de atividades mentais complexas compromete o treino da memória, da concentração e da capacidade de resolução de problemas, fatores essenciais para prevenir doenças neurodegenerativas no futuro.
Camila Batalha também destaca que, apesar de a inteligência artificial ter pontos positivos, a dependência excessiva de ferramentas digitais pode fazer com que o cérebro seja menos exigido, comparando o cotidiano atual com o das gerações anteriores, que precisavam exercitar mais a mente no dia a dia.
Segundo a neurologista, é fundamental que a população busque formas de estimular o cérebro regularmente, seja com leitura, escrita, jogos de memória ou atividades que exijam raciocínio, para manter a cognição ativa ao longo da vida e reduzir os riscos de declínio mental.