Primeira mobilização de aliados do ex-presidente após denúncia da PGR por tentativa de golpe busca pressionar pela anistia dos condenados pelo 8/1
Ex-presidente Jair Bolsonaro reúne apoiadores para manifestação em Copacabana, no Rio de Janeiro. (Foto/Fernando Frazão/Agência Brasil)
A oposição realiza na manhã domingo (16), em Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro, ato em apoio ao projeto de lei que anistia envolvidos nos episódios ocorridos no dia 8 de janeiro de 2023 e contra o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo os organizadores, o mote será “Fora Lula 2026”, “Anistia Já”, liberdade de expressão, segurança e custo de vida.
Custeada pelo pastor Silas Malafaia e capitaneada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a mobilização é uma tentativa de pressionar o Congresso para aprovação do chamado PL da Anistia, para anular a pena dos condenados pelos atos de invasão e depredação da sede dos Três Poderes, em Brasília, no dia 8 de janeiro de 2023. Bolsonaro espera reunir 1 milhão de apoiadores na orla do Rio. Antes do evento, o ex-presidente deve participar de uma motociata.
Aliados de Bolsonaro decidiram concentrar o evento no Rio de Janeiro e cancelaram manifestações que estavam previstas em outras capitais do país, como São Paulo, Belo Horizonte (MG) e Goiânia (GO). A decisão teve como objetivo centralizar os holofotes e reunir o maior número possível de aliados e apoiadores no Rio de Janeiro, em uma sinalização de força e unidade do grupo político liderado por Bolsonaro.
Presenças confirmadas no ato deste domingo
O ato deve ter a presença do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e dos deputados federais Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Nikolas Ferreira (PL-MG), além do presidente do PL, Valdemar Costa Neto. Também devem subir ao trio os filhos do ex-presidente senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o vereador do Rio Carlos Bolsonaro (Republicanos). O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), também é esperado.
Integram a lista nomes que ocupam cadeiras no Congresso Nacional, onde está o projeto de lei da anistia, os líderes do PL no Senado, Carlos Portinho (RJ), e na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (RJ).
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro não estará presente, pois passou por um procedimento estético. Presidente do PL Mulher, ela foi uma das figuras políticas que convocaram a população a participar da manifestação, por meio de um vídeo publicado nas redes sociais na última segunda-feira (10). A primeira-dama também estava entre os nomes previstos para discursar no trio elétrico.
Bolsonaro já adiantou que seu discurso será exclusivamente sobre o PL da Anistia, considerado como prioridade pelo partido.
Já o senador Flávio Bolsonaro classificou o ato como “o mais importante movimento pelo resgate da democracia no Brasil” e destacou que a manifestação também será um “gesto humanitário” em apoio aos “perseguidos políticos”. O senador afirmou ainda que o evento pretende enviar um “recado ao mundo”.
O deputado Rodolfo Nogueira (PL-MS), por sua vez, ressaltou que “a mobilização deste domingo é uma demonstração clara de que o povo brasileiro não aceitará injustiças”. “A anistia aos presos de 8 de janeiro é um passo necessário para a reconciliação nacional”, avaliou.
Mobilização acontece às vésperas de julgamento da denúncia da PGR
Essa será a primeira aparição pública de Jair Bolsonaro, após a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentar denúncia pela suposta tentativa de golpe. O julgamento na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) para decidir se o ex-presidente vira réu está marcado para os dias 25 e 26 de março.
Na denúncia, ele e mais 33 pessoas são acusadas de cometer os seguintes crimes:
Além disso, apesar de manter o discurso de que será candidato nas próximas eleições, Bolsonaro foi condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2023 e se tornou inelegível.
Nos bastidores, a expectativa é de que o ato único no Rio de Janeiro, em um espaço mais estreito na orla, possa mostrar uma grande mobilização para sinalizar que Jair Bolsonaro ainda tem força política.
Fonte: O Tempo